terça-feira, 29 de outubro de 2013

DEFLETOR DE AR DIANTERIO OU BOLHA PARA KAWASAKI Z750

            Depois de um ano viajando praticamente todo final de semana, percorrendo em torno de 190 km em rodovia e aproveitando o período de seca na região, decidi colocar uma bolha ou defletor de ar na minha Z750. Fiquei curioso ao pilotar uma Ninja 1000 e senti uma grande diferença na pressão do ar em velocidade a partir de 130 km/h.

Ninja 1000 com bolha regulável em 3 posições e Z1000 com mini-bolha fixa

            Minha moto é uma naked, escolhida por uma questão de gosto. É muito bonito motos com motores a mostra. Uma moto carenada é como uma linda mulher usando burca. Na minha idade (57 anos, completos em julho), pilotar na velocidade máxima não é tão importante quanto passear na velocidade de cruzeiro, mas mesmo na velocidade de cruzeiro pode ser cansativa pois neste período os ventos são mais intensos na região que viajo.
            Mas, meus amigos de viagem são bem jovens, cujas idades vai desde 30 a 45 anos, e na sua maioria tem motos esportivas (entenda-se, carenadas). A postura é um dos pontos que me tiram deste tipo motocicletas, mas vendo aquela “bolhinha” na Ninja 1000 fazendo seu trabalho de tirar alguma pressão do peito e do capacete comecei a me interessar em colocar uma, pois a postura é a mesma da Z750. Poderei andar sem me cansar muito, pelo menos este é o objetivo de colocar um defletor de ar na minha naked e não andar junto com as carenadas.
            Fui investigar na Internet e encontrei poucas informações, inclusive de fabricantes, exceto a Puig que têm vários testes em computador - entenda-se, túnel de vento virtual - comparando com modelos originais e as bolhas personalizadas. Pois sim, baseados nestas informações quantitativas posso dizer que vale a pena colocar uma bolha na minha moto naked. Com isso, mantendo minha postura mais ereta do que se tivesse numa esportiva teoricamente receberei quase 2 kg de pressão a menos no capacete e quase 7 kg de pressão no peito, a 150 km/h se eu tivesse 1,80m (tenho 1,72m).


Teste de túnel de vento virtual - bolha Puig para Z750

            Os testes mostram que as bolhas personalizadas chega a tirar de 0,5 a 1 kg nos capacetes e de 1 a 2 kg do peito motos esportivas, quer dizer, em esportivas o efeito da bolha não é tão significativos como na Z750 ou Z1000 que não vem com carenagens de fábrica. Para quem se interessar é só acessar o site da Puig e ver os testes dos modelos de motos de interesse.
           Vou comprar um modelo nacional, fabricado em Ibiúna-SP. Embora não tenha os dados de teste deste modelo, ela custa 1/3 do modelo importado e sei que os 2/3 do preço do importado são impostos e outros custos “mortos”. Se o modelo nacional tirar 1 kg de pressão do capacete e 5 kg do meu peito, já estarei satisfeito. O acrílico do modelo nacional tem os mesmos 3 mm e suporte é de alumínio anodizado como o importado.

Z750 sem e com bolha Puig

              Segundo os dados que obtive, terei um aumento de 25% no coeficiente aerodinâmico. Espero que com isso, além de tornar minhas viagens menos cansativas, consiga significativa economia de combustivel. Se melhor o consumo em 25% também será uma maravilha.
              Farei um teste e colocarei no meu próximo blog.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

AS PERGUNTAS QUE JA ME FIZERAM (SOBRE MOTO E ASSUNTOS AFINS)
E AS RESPOSTAS QUE GOSTARIA DE DAR, COM TODO RESPEITO...

Quando comprei minha Bros foi como se não tivesse comprado nada! Ninguém reparava nela, ninguém me perguntava nada a respeito dela, ou seja, era absolutamente invisível. Eu havia optado por ela, por aliar robustez, baixo consumo, manutenção barata, ideal para ruas esburacadas, bom no trânsito, enfim, tudo que uma moto de 150cc tem, mas ninguém queria saber.
Dois anos mais tarde, num acesso de doidice resolvi que não ia terminar meus dias dirigindo um carro automatizado, ar condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos, etc., sem usufruir do prazer de pegar estrada como fazia quando mais jovem, na faixa dos 30 anos. Então, aos 56 anos, resolvi comprar uma moto que tinha que ter 4 cilindros, no mínimo 600cc e com ABS. Escolhi uma Z750, verde limão, com ABS.
O efeito positivo foi que rejuveneci 20 anos. Voltou aquele prazer de vento no rosto, velocidade, adrenalina, mas também trouxe um efeito negativo: deixei de ser invisível. O que pra maioria das pessoas, principalmente mulheres, é uma coisa legal, pra mim é um m*rda. Não que eu seja uma pessoa tímida, pelo contrário, sou bastante expansivo, mas sou avesso a interrogatórios e muitas pessoas não se dão conta que fazem perguntas inoportunas, incoerentes e às vezes meio idiotas. Sendo uma pessoa educada nos moldes antigos, procuro sempre dar respostas que os "interrogadores" gostariam de ouvir, não necessariamente "mentindo" para eles. Mas, para certas perguntas, as respostas que gostaria de ter dado estão a seguir com uma explicação de porquê eu daria estas respostas.
Espero contribuir com os leitores para que procurem não assediar alguém, antes de analisar se o mesmo gosta de jogar conversa fora ou contar vantagens, ou é um pessoa mais reservada que o único pecado foi comprar a melhor, a mais bonita, a mais poderosa e a mais sexy das motos, segundo a minha suspeitíssima opinião.
Selecionei alguma pérolas neste pouco mais de um ano que tenho a Z750 e acredito que vou continuar respondendo mais perguntas do gênero.

1. Você pega muitas mulheres com esta moto?
R. Não. Por causa desta moto, hoje conheço mais homens do mulheres. Estou pensando em vendê-la e comprar um carro conversível, pois dá a sensação de andar de moto e as mulheres reparam mais.
Explicação: Mulheres não gostam de motos; gostam homens ricos, jovens e bonitos, não necessariamente nesta ordem. Sou pobre, velho e feio, então, a moto não ajuda em nada. Homens gostam de motos, muitas vezes, mais do que das suas mulheres, namoradas ou noivas.

2. Quantos quilômetros por litro faz sua moto?
R. Não sei. Quando o mostrador começa a piscar, eu procuro um posto mais próximo, encho o tanque. Como não sou motoboy e nem mototaxista, não me preocupo muito com o consumo.
Explicação: Ninguém que compra uma moto de R$ 35.000,00 está preocupado com consumo. É como alguém fosse comprar um Rolls-Royce levando se em conta o seu consumo.

3. Ela corre muito?
R. Sim, mas eu não deixo. Ela é somente uma máquinas que precisa de um idiota para fazer idiotice.
Explicação: Motocicletas e carros não são perigosos. Perigosos são os motociclistas e motoristas irresponsáveis. Armas por si só, não matam... precisam de um imbecil puxando o gatilho e apontando para as vítimas azaradas. Velocidade é bom, mas tem o lado obscuro e fatal.

4. Você já caiu com ela?
R. Já. Umas 3 vezes. Nunca BATI com ela, aí vai ser uma única  vez, provavelmente.
Explicação:  quando paradas, as motos são traiçoeiras. Elas não ficam em pé sozinhas, precisam de descanso ou cavalete. Se faltar as pernas, pronto! Chão. Já vi gente cair de Biz.

5. Você acha de vale a pena comprar uma moto de R$ 35.000 reais só prá rodar nos finais-de-semana?
R. Lógico que não! Mas, que é ótimo, é.
Explicação: Sem explicação. Uma vez me falaram que para quem gosta de moto, não é preciso explicar porquê é bom andar de moto; pra quem não gosta de moto, não há palavras para explicar porquê é bom andar de moto.

6. Por quê os motociclistas, gostam de se reunir em bandos, gangues ou grupos?
R. Porque são compreendidos pelos iguais. Aí, podem falar m*rdas que ninguém vai censurá-los. Eu, por exemplo, criei um grupo: LOBOS SOLITÁRIOS. Por enquanto, sou o único integrante do grupo e pretendo que fique assim.
Explicação: É da natureza humana, reunir-se e se socializar com pessoas com mesma afinidade. Porém, há aqueles que por causa desta afinidade, acham que se tornaram amigos inseparáveis. Não é bem assim. Eu não gosto das conversas sobre alta velocidade, kit de aumento de potência, kit de embelezamento de moto, vestuários. Gosto de andar de moto, apreciar a paisagem, chegar em algum lugar sossegado e conhecer pessoas locais. Por isso, meu grupo é muito pequeno.



7. A manutenção da sua moto é muito cara?

R. Não, levando-se em conta que ela é capaz de me levar a 230 km/h (ou até mais).
Explicação: Pelo preço de um carro popular é possível andar como um caro carro esportivo, só que com uma fração de seu gasto. Não é bom economizar em pneus, óleo de motor, filtro de óleo e ar, velas, liquido refrigerante, quando sua vida está em jogo. Lembrando que motos não tem air bags e cintos de segurança. É bom, além de cuidar da manutenção da moto, andar bem equipado com capacete, jaqueta, calça grossa e calçados reforçados ou botas.



8. Por quê você têm três motos?

R. Porque motos não são como mulheres. É possível ter várias motos lado a lado sem brigas.
Explicação: Nem preciso explicar. Se tentar, vou me complicar.

9. E na chuva?
R. Me molho. Se saio na chuva, é pra me molhar. Se não quiser me molhar, espero a chuva passar...
Explicação: não entendo porquê as pessoas saem no meio de uma chuva intensa, mesmo sabendo que toda chuva passa, depois de algum tempo (minutos, horas). A desculpa é que tem compromisso que não pode esperar. Duvido... em geral, é pressa besta mesmo. Mas, é possível se proteger razoavelmente das chuvas quando se anda de moto. No meu caso, espero a chuva passar...



10. Você acha que devo comprar uma 150cc antes de comprar uma 750cc?

R. Acho que você deve comprar a melhor moto que seu dinheiro pode comprar. Se você tiver cabeça, vai andar direito tanto com uma Pop 100 como com uma Z14R. Se não, você pode morrer com uma 125cc mesmo!
Explicação: Toda moto moderna tem ótima ciclística, ou seja, quando começa a rolar é simples mantê-la em pé. O problema é quando se pára. Uma moto 150cc pesa bem menos que uma 600cc, mas nem por isso, as pessoas não caem de 150cc. Já vi gente despencando de Pop 100. Em geral, quem compra motos de média e alta cilindrada está a procura de alta velocidade. Mas, o mais importante é ao subir numa moto, verificar se seus dois pés ficam firmemente no chão, ou seja ao menos 1/3 da sola do pé. Nestas condições, a moto pode pesar 300 kg e vc vai poder controlar tranquilamente. Agora, tenha cabeça pra não sair por aí achando que por ter comprado uma 1.000 cc, a experiência de pilotá-la 100% vem junto com o manual de instruções. Em se tratando de pilotar moto, a teoria e prática estão separados por anos-luz.


11. Pode ligar para ouvir o ronco da sua moto?

R. Posso sim, mas hoje ela está um pouco desafinada.
Explicação: Há pessoas que escolhem o modelo de uma moto de mesma cilindrada pelo quesito "ronco do motor". Quando não satisfeitos, a primeira coisa que fazem quando compram a moto é remover o escapamento original e colocar um Akropovic de fibra de carbono. Em geral, querem que façam barulho alto para chamar atenção. Eu sou da opinião que uma moto foi projetada e melhorada com o decorrer dos anos por um grupo grande de engenheiros para chegar ao produto final. Uma mudança num quesito básico como o escapamento pode trazer consequências graves ao motor. Não vale a pena reduzir a vida útil de um motor só pra ter um "ronco" alto.


12. Qual que corre mais: a Hornet ou a sua?

R. Se eu tiver pilotando, as duas vão correr do mesmo jeito.
Explicação: Como sempre, as pessoas acham que é fácil se manter sobre uma moto a 230 km/h por 10 minutos. Significa percorrer 38,3 km sabe lá em que condição de rodovia. Então, vá devagar que terá "vida longa e próspera". Não é preciso andar a 100 km/h todo tempo, mas não precisa andar a 230 km/h o tempo todo.


13. Já ouviu falar em velas de irídio e filtro de ar K&N?

R. Já, mas você pode me explicar outra vez.
Explicação: Qual motociclista não conhece os macetes para conseguir uns HPs a mais? As velas de irídios são as coqueluches, pois segundo os entendidos, são velas que proporcionam uma queima melhor da mistura ar-gasolina e com isso aumenta-se a potência do motor. Ora, se fosse assim, qual fabricante não iria colocar simplesmente as velas de irídios para aumentar a potência dos seus motores ou colocar um filtro de ar K&N para ganhar mais outros tantos HPs. Não colocam porque simplesmente custam muito caros e não dão o tão sonhado aumento de potência. Talvez por proporcionar uma queima melhor de combustível, haja menos formação de incrustações nos pistões, mas isso não aumenta a potência do motor. Pelo fato do motor respirar mais fácil com o filtro K&N, dá a sensação de aumento de potência, quando na verdade está ocorrendo um consumo maior de combustível, pois a sonda lambda detecta mais ar e injeta mais combustível, mas não o suficiente para aumentar a potência em 10% ou 20%. Ou seja, minha moto passar de 108 para 119 cv ou 130 cv. Que maravilha, imagine um ganho deste gastando apenas 1.000 reais, ou até menos.

14. Quando você "já colocou" nesta moto?
R. O suficiente e continuar vivo.
Explicação: O fato de eu ter uma moto potente (108 cv) não quer dizer que sei tirar tudo dela e nem pretendo. Não ganho a vida correndo de moto. Ando nas ruas, avenidas e rodovias e não em circuito fechado. Então, não abuso da máquina. Vou dentro do meu limite de segurança no fluxo do tráfego. Mantenho a velocidade um pouco cima da velocidade de fluxo, o suficiente para não ser atropelado pelos carros.

15. O IPVA desta moto é cara, não?
R. Normal. Mas, se você não quiser pagar IPVA compre uma bicicleta.
Explicação: o IPVA é um imposto sobre veículos automotivos a partir de certa "cilindrada" e é calculado em cima do valor da nota fiscal, se for novo, ou sobre a tabela FIPE, se for usado. Obviamente que uma moto de 35.000 reais vai ter um IPVA mais caro do que uma POP 100. Agora, uma bicicleta não paga IPVA, pois o "motor" dela já paga imposto.

16. Sua moto é uma Kasinski de 2.750cc?
R. Sim, é. E é fabricada em Manaus, na Amazônia.
Explicação: Acho que dá pra confundir Kawasaki com Kasinski e Z750 com 2.750. Por isso, não corrigi, pois a pessoa que perguntou não sabia diferenciar moto de 2 cilindros de 4 cilindros. Vou sugerir mudar o nome da Kawasaki  para CAUASSAQUI. Assim as pessoas vão falar o nome correto e não "cavazaqui". O Z750 não tem como mudar pois não se fabrica mais. Mas, podia ser K750.

17. Sua moto tem 2 cilindros?
R. Sim e mais dois de reserva.
Explicação: Algumas pessoas não sabem que debaixo do capô de um carro tem um motor, um câmbio, uma bateria e um monte de coisas que faz o carro andar. Nem por isso, são infelizes ou péssimos motoristas. Então, se uma moto tem 2 ou 4 cilindros para algumas pessoas não faz diferença. O importante é que ela é bonita.

18. E quantos carburadores?
R. Nenhum. Mas, não se preocupe que isto são apenas detalhes.
Explicação: as perguntas (16), (17) e (18) foram feitas pela mesma pessoa em sequência. Hoje, somos bons amigos e me atende com muito carinho e respeito. Talvez eu tenha sido o único motociclista que não quis lhe ensinar coisas que não é preciso saber para ser feliz.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

SONHO VERDE DE UM CORINTHIANO
KAWASAKI Z750 ABS 2012

Embora esteja longe de ser um colecionador, tenho três motocicletas. Uma Bros 150, com quase 3 anos de uso, uma Next 250 com 8 meses de uso e uma Z750 ABS com pouco mais de 1 ano de uso.
Minha Bros em S.Jose do Riba,mar
Ilha de São Luis

A Bros comprei como um meio de fugir do trânsito caótico de onde moro (São Luís-MA). A Next comprei meio que por inércia pois fui sorteado no consórcio de uma, acreditem, Soft 50 da Kasinski. Mas, a história mais mirabolante é da Z750.
Todas elas, tem suas características que me fazem ficar com elas. A Bros é imbatível nas buraqueiras das ruas de São Luís. Sempre digo que faço "trilhas" de 2a. a 6a. feira. A Next é boa para cidade e pequenas viagens, por ser econômica e razoavelmente veloz nas rodovias, pois, mantém 120 km/h de cruzeiro podendo chegar a 155 km/h, se o vento ajudar! Além de ter custado 40% a menos que uma Honda CB 300, com a vantagem de ser refrigerada a água, ter 6 marchas e ter indicador de marchas no painel, mas perde em velocidade para CB 300.
Minha Next em S.Jose do Riba,mar
Ilha de São Luis

Mas, pegar uma rodovia com a Kawa é coisa de outro mundo! Toda vez que pego a estrada com ela, me sinto voando. Minha faixa de velocidade preferida é 140 a 160 km/h. Acima, o vento incomoda pois não tem carenagem. Já coloquei 230 km/h e não vou mentir: não é nada confortavel, porém bate aquela adrenalina que todos os motociclistas procuram. Dizem que passa dos 230 km/h, mas deixo isso para os especialistas. Por enquanto é meu limite superior.
Trouxe ela de Belém (PA), rodando 580 km até São Luis (MA). Fui pegar numa sexta-feira, andei uns 70 km até Castanhal (PA), próximo a Belém (PA) no sábado e no domingo toquei pra Cojupe (MA) um trajeto de 540 km onde peguei o ferry-boat até São Luís (MA), uma travessia de 1 hora e meia. Na estrada, vim respeitando o limite de 5.500 rpm (50% da rotação de torque máximo), o que significa que mantendo-se na faixa 120 a 130 km/h. O consumo ficou na faixa de 19 km/l o que permitiu fazer o trajeto com pouco menos de 2 tanques (capacidade 18,5 litros)

Trajeto Belém a Cojupe
A travessia de Cojupe a São Luís e feita em ferry-boat
Minha Z750 ainda no plástico

Voltando um pouco o filme, esta moto não foi minha primeira escolha. Por não ter concessionária Kawasaki em São Luís, tinha a opção de comprar uma Honda, Yamaha ou Suzuki, além de Kasinski ou Dafra. Da Honda, podia pagar por uma Hornet ABS. Da Yamaha, uma XJ6 N, pois não sou muito chegado a motos carenadas. Para mim, motor a mostra é tudo em uma motocicleta. Da Suzuki, nunca me via pilotando uma moto desta marca. Não sei explicar as razões... Se bem que hoje me pego namorando fotos de uma Gladius 650. Da Kasinski, uma GT 650 ou Mirage 650, mas naquele momento, queria uma tetracilíndrica, minha primeira tetracilíndrica. Já tinha tido uma CB 400 e foi um sonho andar com ela. Mas, uma tetracilindrica foram apenas algumas voltas aqui e ali nas motos de amigos.
Primeira volta - Belém a Castanhal

Então, entrei num consórcio da Honda para pegar uma Hornet com ABS na cor verde metálica. No primeiro mês, meu lance foi o segundo e não levei. No segundo mes, venci o lance e tratei de encomendar minha Hornet verde com ABS. Depois de 35 dias, nada... Daí, decidi pegar outra moto verde com ABS e fui até Belém (PA) pegar esta que está comigo a pouco mais de um ano, com 11.000 km rodados, já na 2a. revisão. Para a revisão de 6.000 km, eu peguei a estrada com 5.500 km rumo a Belém (PA). Paguei por ela um pouco mais que a Hornet (coisa de 1.500 reais) mas valeu a pena!
Já estou com a segunda roda traseira. A primeira durou 8.500 km, só pra ver como rodo devagar. Colegas meus com Hornet, Fireblade ou Ninja 1000 tem trocado de pneus a cada 3.000 ou 4.000 km. Os dianteiros duram um pouco mais, pelo menos o dobro de quilometragem.
Parada em Boa Vista do Gurupi (MA)
Cidade fronteriça MA/PA - 258 km de São Luís

Fiz até agora as três revisões programadas. Fiz a troca de óleo e filtro de óleo a 1.000 km. Com 6.000 km, foi feito a troca de 4 litros de óleo, mais o filtro de óleo.A última revisão, além do óleo e filtro, trocou-se o filtro de ar e 3 litros de liquido de refrigeração. De resto é só gasolina e graxa na corrente. Custos? Quando fui comprar esta moto, eu não estava comprando uma máquina e sim um sonho. Um sonho de menino. É caro manter este sonho, não nego, mas me recuso a abrir mão dele. Não dá pra abrir mão dos gastos e fazer economia com uma máquina capaz de nos levar a 230 km/h e ter folga para mais uns 20 km/h. Quem tiver dó da conta bancária, compre uma Pop 100. Tem duas rodas, tem motor, custa uns 4.000 reais e a manutenção custa uns 20 reais de óleo a cada 1.000 km, mas não passa dos 80 km/h, o que para muitas pessoas já é o bastante.
Chegando a São Luis via ferry-boat

Quanto ao consumo, vai depender da torcida do cabo. Meu normal, fica na faixa dos 18 km/l (140 a 160 km/h), mas já cheguei a fazer 14 km/l (180 a 200 km/h). Imagino que entre 200 a 220 km/l deva fazer 10 km/l! Por outro lado, já ouvi falar em 22 km/l, mas deve ser para quem não passa dos 100 km/h.
Uso esta moto para fazer viagem de 190 km (ida e volta) aos domingos pela manhã. Vou tomar o café da manhã em uma cidade próxima (Morros) e retorno antes do almoço. Normalmente, vou só e então faço meu caminho naquela faixa de velocidade confortável. Quando vou com amigos, em geral, a velocidade é maior, bem como a adrenalina. Minha namorada não me acompanha por não gostar de acordar cedo, ou por ela detestar a garupa desta moto que é desconfortável. Para o piloto, nota 10, como era de se esperar.

Chegando a São Luis via ferry-boat o terminal
de ferry-boat na Ponta da Madeira - São Luís

Por aqui, ainda não tem concessionária Kawasaki. Muitas promessas do pessoal de Belém (MA), mas não encontram um local para abrir a loja. Então, eles ficaram de voltar a cada 3 ou 4 meses para fazer as revisões nas motos que eles venderam aqui quando estiveram em exposição num shopping. Eu pego carona e faço revisão junto com este pessoal, mas o ideal é que aqui tivesse ao menos uma oficina autorizada, o que está em fase de negociação.
Um colega criou um canal no WhatApps (Kawasaki SLZ) para compartilhar as alegrias e tristezas de ter uma Kawasaki. A maioria são proprietários (uns 8) de Ninja 300, ótima bicilindrica que chega a 185 km/h na estrada. Conheço também um cara com Ninja 1000, um com Z800 e outro com Z750. Deve haver outros, mas é dificil encontrá-los.
Minha experiência é que o fato de ter uma concessionária na cidade ou não faz uma tremenda diferença para a maioria dos motociclistas de baixa cilindrada. Os de cilindrada maior, não ligam muito. Aqui tem gente com motos BMW, MV Agusta, Ducati, KTM e Harley-Davidson. Tem motos Gas-Gas e Sherco também, que são de baixa cilindrada, mas de valor bem acima das motos com concessionárias na cidade.
                 Primeiro dia em São Luis
No meu caso, embora seja um pobre lascado miserável, consegui comprar esta moto por meio de consórcio. Não me sinto exclusivo e não ligo pra estas coisas de grupos e irmandade só porque a minha moto é X ou Y, ou uma Z. Outro dia, discuti com uma pessoa que criticava as pessoas do grupo por não serem amigáveis e serem egoístas e com falta de humildade, e abandonou o grupo. Ora, o fato de eu ter uma moto verde não quer dizer que seja amigo de todos os usuários de moto verde. A única coisa em comum entre eu e ele é que ele tem uma moto fabricada pela mesma fabricante da minha e ele já queria ser meu amigo inseparável... acho meio forçado. Amizade é uma coisa que vai se fortalecendo com o tempo a partir de uma afinidade.
Sou corinthiano, não daqueles fanáticos capaz de agredir um outro torcedor de outro time, porém tenho uma moto verde, cor do time rival e nem por isso me sinto infeliz. Acho minha moto muito bonita na cor verde, meus "irmãos" corinthianos que me perdoem...