sábado, 19 de julho de 2014

ESTOU DE VOLTA

Pelo visto, ninguém sentiu saudades, mas deixa prá lá. Uma amiga me disse uma vez que “ter saudades é ter inveja de si mesmo”.
Bom, passei por um aperto financeiro e tanto. Quase vendi minhas motos e meu carro para poder saldas minhas contas de cartões de créditos, empréstimos, contas de telefone, luz, TV a cabo, Internet, enfim...
Mas, como Deus está sempre presente na minha vida, minha recuperação tem sido rápida e sólida. Tive ajuda de um amigo de estrada que me ajudou pagar duas parcelas da minha moto Z750.
Mas, este período também não foi muito feliz com colegas motociclista. Um colega faleceu em Belém (PA) e outro quebrou a tíbia, fíbula e fêmur ao atropelar uma Biz com duas pessoas e uma carga de peixes numa vicinal e estragou nosso passeio dominical.
Tive um problema na bengala esquerda e tive que trocar o retentor da minha Z.
Bom, vamos falar de manutenções de motos aqui em São Luís (MA) e talvez seja um problema para qualquer um que tenha uma moto (qualquer uma ) fora do circuito Rio-SP.

Vou falar primeiro da Z750.
- Reparei que havia vazado óleo no estacionamento quando ia para uma cidade a 90 km com meu amigo Luciano de S1000. Pensei logo, vou ter trabalho para achar esta peça em São Luís. Aqui não tem concessionária Kawasaki e tem poucos modelos da marca circulando. Fui na Internet e achei a peça em SP (80,00 reais cada). Na hora de trocar, fui a mecânico e vi a simplicidade de troca deste elemento, se tiver as ferramentas apropriadas. Por enquanto é só o que aconteceu com minha moto em 2 anos de uso. Moto excelente.

Vou falar da Next 250 neste espaço que não é para ela, mas é só pra ilustrar a realidade de um cliente de moto da Concessionaria Dafra de São Luís (não é um ReclameAqui, mas quase!!!).

- Ando forte com moto e isso tem um efeito colateral quando se pega uma cratera a 80 km/h. Não cai, mas a roda rachou. Preço de uma roda nova aqui em São Luis: 1.400 reais. Eu pagaria, mas ela não está disponível. Só em 45 dias! Isso se eu desse 50% para garantir a reserva. Solução: fui a uma loja especializada em desempeno de rodas e solda de alumínio. Caso resolvido por 180,00 reais.

- Ao colocar a roda soldada, o mecânico reparou que as pastilhas traseiras já estavam no metal. Liguei para a Concessionáira. Preço das pastilhas traseiras: 95 reais. Eu pagaria, etc, etc. Só em 45 dias, etc, etc. Solução, fui na Internet e encontrei por 27 reais e 32 reais a dianteira. Com frete, 87 reais, ou seja, tive uma economia de 8 reais e ainda comprei o jogo das pastilhas dianteira.

- Ao colocar as pastilhas traseiras, o mecânico reparou que o amortecedor traseiro estava vazando, possivelmente pela pancada na cratera. Preço de uma suspensão na Concessionaria: 800 reais. Fui na Internet e encontrei em SP por 300 reais usado, ou 670 reais nova. Daí descobri que o amortecedor da CB300 cabe sem nenhuma adaptação. Preço: 210 reais.

- Anteriormente, havia caído por causa de um bueiro sem tampa e tinha quebrado o manete da embreagem. Preço na Concessionaria daqui: 65 reais, em 45 dias. Preços em SP: 27 reais + 24 reais frete, em 5 dias.

Vamos ao resumo do custo pela Concessionária: roda (1.400), pastilhas (95), suspensão (800), manete (65) = 2.340 + mão de obra (4 x 125)=500 = total 2.840 reais
Vamos ao resumo do custo pelo mecânico particular: roda reparo (180), pastilhas (27+12 frete), suspensão (210), manete (55), mecânico (150 – equivalente a 3 x 5) = total 634 reais

O manete eu mesmo troquei. Ou seja, gastaria quase 5 vezes mais, ficaria esperando as peças 45 dias e teria que desembolsar 1.170 reais com a reserva.

Descobri que o filtro de óleo e de ar pode ser usado de modelos da Suzuki.

Assim, concluo este blog dizendo: só vá a Concessionaria fazer revisões obrigatórias. Peças e serviços, fora.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

ATENÇÃO, PRUDÊNCIA E BOM SENSO

Numa daquelas conversas num grupo de WhatsApp, começou uma discussão sobre as vantagens e desvantagens de equipamentos caros para motociclistas. Eu sempre tento ser bem racional, principalmente por não ter recursos ilimitados dos meus colegas deste do grupo.

Dois do grupo defendiam que os equipamentos caros eram melhores, sejam macacões ou capacetes. Eu concordei, mas que muitos destes equipamentos traziam embutidos o valor subjetivo da grife, que não agregava maior segurança. Mas, como ambos tinham investidos 6.000 reais em equipamentos de segurança, achavam, digamos, no direito de “obrigar” a todos do grupo a se equiparem a eles.

Eu defendi que havia opções mais econômicas, que ofereceriam um grau de segurança aceitável. Eu uso esta segunda opção, embora tenha condições, apertando um pouco o cinto, de comprar um macacão de couro e um capacete de 1.000 reais. Mas, no alto da minha pobreza, e com isso, mais racionalidade apelando para a racionalização, tenho optado por uma proteção de tecido sintético e capacetes de polímeros mais baratos.

Meu equipamento de segurança para andar de moto consiste em uma conjunto de calça e jaqueta da Riffel, modelo Summer; par de luvas Riffel com proteção metatarsal; botas-tênis de cano curto da Eurox e capacete articulado dual vision Norisk. Total gasto: 1.500 reais.

A primeira crítica foi sobre capacetes articulados. Partiu de um colega do grupo, dizendo que capacetes articulados não oferecem a mesma proteção dos capacetes simples. Eu discordei, pois são fabricados por inúmeras marcas e recebem o selo do INMETRO. Caso não oferecem proteção adequada, não poderiam ser fabricados! Eu nunca ouvi falar que um motociclista morreu porque seu capacete era articulado.

Quando a jaqueta e a calça de tecido sintético, foi mais por opção de conforto. São mais leve que os similares em couro em cerca de 1/3 do peso. No modelo Summer, o tecido perfurado permite uma boa ventilação a tal ponto que de manhã bem cedo é comum eu passar frio sobre a moto. A jaqueta vem com proteção nos cotovelos, ombros e cervical. Não é um “camelo” que tem em macacão de couro, mas oferece uma proteção razoável. A calça tem reforços nos quadris e proteção nos joelhos. A crítica é que o couro protege melhor e para justificar eles citam os motociclistas da MotoGP. Concordo plenamente, mas o fator desconforto (3x mais pesado) e as ventilações serem menores, além do fato de o ato de vestir um macacão de couro ser um exercício de contorcionismo e o de tirar um macacão de couro, pior se for de uma peça, ser similar ao ato de esfolar um animal, mesmo se estiver usando a segunda pele que aumenta mais o desconforto numa região onde a temperatura durante o dia pode chegar a 35º centígrados. Eu pensei em me equipar com um macacão de couro, não da marca Alpinestar ou Dainese, mas um modelo da Texx, que custa a metade do preço. Mas o fator desconforto falou mais alto e declinei o macacão de couro. Outro detalhe, os corredores de motos não param durante a corrida para ir ao banheiro.

As luvas não receberam criticas e nem a bota-tênis. Pensei em comprar botas específicas para andar de moto, e ai veio na minha cabeça que só poderia usar estas botas para andar de moto, pois se andasse com elas no dia a dia como a bota-tênis, iriam me internar num manicônio. Para todos os efeitos, acredito que bota-tênis oferece um bom grau de proteção aos pés do que um tênis de passeio ou sapato comum. Penso em comprar uma bota-tênis de cano médio, tipo coturno, mais para combinar com o conjunto de calça e jaqueta de tecido sintético do que visando um aumento de segurança para as pernas ou pés.

Deixei bem claro que não condeno quem compra macacão de couro de 4.500 reais, capacetes de 3.000 reais, luvas de 300 reais, botas de 600 reais. É uma questão financeira que me leva a racionalizar melhor meus recursos. E aí uma deles disse que eu frisava muito a questão financeira. Eu disse que tudo era questão financeiro. Eu comprei uma 750 cc e não uma 1.000 cc ou superior por questão financeira, não comprava uma macacão Alpinestar por questão financeira. Se tivesse condições eu não teria um Palio Sporting e sim uma BMW Z4. E lhe perguntei o que o impedia de trocar a CB 1000 R dele por uma S 1000 RR, ele respondeu que era por questão de “grana” e a discussão acabou.

A outra pessoa citou que usava um capacete do nível da MotoGP, mas ai eu citei que outro colega tinha sim um capacete melhor, de fibra de carbono. Aí, disse que o capacete dele oferecia a mesma proteção e eu retruquei que o dele pesa o dobro da do colega. E perguntei se ele teria coragem de comprar um capacete de 3.000 reais de fibra de carbono, e ele disse que estava satisfeito com o dele. Ora, questão financeira e ele se calou sobre este tema.

Não gostamos de falar de quedas, mas o assunto foi pra esse lado. Eles diziam que minha proteção não era suficiente para seu sair vivo de um acidente de moto a 220 km/h. Eu disse que é por isso que andava em velocidade 100 km/h a menos que eles. Caso eu me acidentasse, poderiam ao menos me reconhecer. Já eles iriam ser tirados com colher de sopa de seus macacões de couro andando a 240 ou 250 km/h. Citaram então os acidentes de Valentino Rossi dos quais ele saiu ileso. Eu disse que Rossi teve sempre sorte, mas que Simoncelli não. Disse a eles que air bags e cinto de segurança são testados a no máximo 70 km/h e que num acidente a 150 km/h os danos na carroceria seriam tão grandes que os mesmos seriam inúteis para salvar seus ocupantes. O macacão de couro e capacete, seja de fibra de carbono ou kelvar ou poliuretano protegem em quedas relativamente em baixa velocidade. Ai, um terceiro colega entrou e disse que bateu a 240 km/h e não havia morrido. Eu disse: você não estava de macacão de couro (ele não usa macacão de couro, mesmo depois do acidente) e teve muita, muita sorte, só isso!

Veja que estas discussões com colegas do WhatsApp é segregacionista. Eles se esquecem dos 95% dos motociclistas que andam de motos 125cc. Na verdade, mesmo quem anda de 125 cc se pudesse gostaria de andar com macacão de couro Alpinestar, capacete de fibra de carbono, luvas e botas da mesma marca, mas o que mais eles gostariam é comprar um S 1000 RR ou uma Panigale. Agora, o fato deles andarem em 125 cc, não devem menosprezar a segurança. É possível andar protegido com artigos mais baratos, nacionais, sejam jaquetas, calças, capacete, bota-tênis, luvas. Se procurar com cuidado, vai poder se proteger com bom nível de segurança. Mas, o mais importante é não pensar que um capacete de fibra de carbono, macacão de couro, luvas de couro com proteção metatarsal, botas duplas de motociclistas, tornem seu usuário num Homem de Ferro. Atenção, Prudência e Bom Senso são os melhores equipamentos de segurança de um motociclista.

domingo, 22 de dezembro de 2013

REFLEXÕES SOBRE ANDAR DE MOTOCICLETA

Uns dias atrás fiquei sabendo de um acidente de moto envolvendo um colega. Não somos amigos, mas apenas colegas de duas rodas.
Isto me deixou apreensivo, pois como sempre, envolve alta velocidade em área urbana. Em todos estes acidentes, os colegas e amigos de duas rodas tentam justificar como a culpa de um motorista imprudente que parou repentinamente, um motorista que mudou de faixa sem sinalizar, um motorista que avançou o sinal vermelho, um motorista que estava bêbado, um motorista que atropelou o motociclista, etc. Ou seja, é tudo culpa dos motoristas. Os motoristas com seus veículos gigantes, ocupando mais espaços que o necessário, lentos nas manobras, lentos no raciocínio, enfim, tudo culpa dos motoristas. Será?
Andando de moto a um bom tempo, vou colocar minhas reflexões sobre alguns efeitos que moldam os tipos de motociclistas que encontrei pelos caminhos da vida.

EFEITO TESTOSTERONA
Um pessoa pacata, tímida, acha que se comprar uma moto, vai se transformar num super-macho alfa. Então, escolhe a maior moto que pode comprar. Dizem que o tamanho da moto escolhida é inversamente proporcional ao tamanho do membro reprodutor do comprador. Eu prefiro acreditar que o tamanho da moto é diretamente proporcional ao saldo positivo da conta bancária do comprador. Neste primeiro momento, é pura ostentação. Parece que vai poder transar com todas as mulheres do mundo. Logo descobre que quem gosta de motos são homens. E, descobre que para ser respeitado entre dos homens é preciso também andar rápido. Aí que mora o perigo. Pois, quando se está rápido é preciso ter alguma noção de física: energia cinética. É uma daquelas coisas que a pessoa só dá conta quando é parado bruscamente, infelizmente com trágicas conseqüências

EFEITO BANDO
É aquela situação em que um sujeito faz coisas que sozinho não faria jamais. O grupo anda rápido, então ele anda rápido pois não quer ser alvo de bullying, ser o cagão da turma. Então anda rápido demais, faz curvas esfregando a saboneteira no asfalto, empina a moto nas trocas de marchas. E um dia, acontece o impensável: deixa o bando por força maior.

EFEITO PAVÃO
Compra capacetes, macacão, luvas, protetores cervicais e botas seguindo tendências e grifes, achando que quando mais caros, mais proteção oferecem. E com isso, tendem a correr mais ou se arriscar mais, quando deveria ser o inverso: por ser caro, andar mais devagar para não cair e estragar o equipamento.

EFEITO SUPER-HOMEM
Mais rápido que uma bala, mais forte que um trem. Por ser um veículo que acelera muito mais rápido que qualquer veículo produzido em massa, uma motociclita de 600 cc ou superior dá a falsa sensação de superioridade. Quando no fundo é uma coisa muito frágil, com mínima proteção para seu piloto e/ou passageiro. Por esta razão, há empresas que literalmente proíbem seus colaboradores a terem motocicletas que qualquer cilindrada. Quem pilota uma moto acima de 120 km/h flerta com a morte. Não vai adiantar estar usando o capacete de fibra de carbono e kevlar, o macacão de couro bovino italiano, as luvas com proteções com compósitos da era espacial, botas com sapatilhas ultramodernas, se bater a esta velocidade. Se não morrer, vai parar num hospital com lesões graves.

Penso que a culpa não é só dos motociclistas. Os fabricante de motocicletas têm suas parcelas de culpa. Exceto uma, todas as marcas conhecidas procuram a cada ano lançar motos com  2 a 4 cavalos a mais que o ano anterior, e com isso andar de 10 a 20 km/h a mais. Hoje, é comum motos 600 cc ultrapassar 230 km/h. As motos de 1.000 cc chegam fácil a 260 km/h, podendo ultrapassar 300 km/h cv nos modelos superesportivas. Tudo a um custo bem inferior a um carro de mesmo desempenho. Ou seja,  colocam no mercado foguetes a um custo que uma parte significativa dos motociclistas podem adquirir, sem necessidade de um “brevê” especial para pilotá-los nas avenidas e nas estradas.

Quando uma fábrica lançou recentemente um modelo 500 cc e 700 cc que mal chega a 180 km/h, o que mais se ouviu foi de que eram modelos chochos, lerdas, fraquinhas, etc. Nem se preocuparam que elas fazem 30 km/litro ou mais. É como se percorrer 50 metros em um segundo (180 km/h) fosse coisa de tartaruga. Acredito que a maioria dos motoristas nem chegaram a 140 km/h em seus carros, por puro medo, alguns por prudência. Mas, esta velocidade para uma motociclista com uma 600 cc é mínima. O ideal é 180 ou 200 km/h, dando piques de 240 km/h!


É preciso repensar o prazer de andar de motocicleta. Com o passar do tempo, o prazer de sentir o vento no rosto, foi substituído pela adrenalina de estar a 230 km/h ou chegar a ultrapassar 300 km/h, tudo filmado para postar no YouTube como se fosse a coisa mais importante a se fazer, arriscando a maior dádiva de Deus, a vida!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

ENFIM, VENCEU O BOM SENSO!

Acabou a novela dos freios ABS e air bags em todos os carros fabricados a partir de 01 de janeiro de 2014. Venceu o bom senso. Vidas humanas são mais importantes que os interesses de uma categoria de trabalhadores. A presidenta Dilma bateu de frente com o ministro Guido Mantega e fez prevalecer a preservação da vida, mesmo que isso possa soar uma medida anti-popular.

Mas, ainda não é o ideal. Os carros são obrigados a ter air bags duplos dianteiros. Não se fala nada sobre air bags para passageiros traseiros e laterais que são tendências mundiais. Alguns carros (de luxo!!) já dispõe de freios automáticos que são acionados quando surgem obstáculos tais como pedestres, animais ou outros veículos.

Infelizmente, ainda não é possível economicamente instalar ABS em motocicletas de baixa cilindrada e jaquetas infláveis para motociclistas e passageiros de motos é um sonho quase impossível, tanto pelos preços das jaquetas, quanto pela cultura de que motociclistas de baixa cilindrada não precisa de proteção além do trivial capacete, que na sua maioria são de qualidade questionável, embora leve o selo do INMETRO.

Uma vez, vi um jovem numa scooter 125cc em um estacionamento do shopping. Ele colocou capacete, luvas, jaquetas, cotoveleiras e joelheiras de skatista. Achei a princípio, um exagero. Uns dias depois, tive uma queda boba – moto parada – e ralei o joelho esquerdo e quebrei o dedo médio da mão direita que, até hoje, está meio torto. Eu cai com uma Bros. Se eu estivesse com todo aqueles apetrechos, provavelmente estaria contato uma outra história com final um pouco menos trágico.

Numa reportagem de jornal matutino, recebi a informação que os acidentados custam ao governo federal 45 bilhões de reais anual. Não sei se procede este valor, mas não se deve ficar colocando valores monetários a vida humana para justificar tomar medidas para sua preservação. Como diria uma propaganda de cartão de crédito: preservar a vida... não tem preço!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

REDUÇÃO DE IMPOSTOS PARA QUALQUER EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

Eu acredito que o principal motivo para que motociclistas de baixa cilindrada não se protejam adequadamente está no preço dos equipamentos de segurança. Penso que todos deveriam usar jaquetas de couro ou cordura (tecido sintético), calças acolchoadas, botas especificas para motociclistas, luvas de couro, capacetes de boa qualidade, mesmo para andar de Biz ou Pop 100.
Realmente são desconfortáveis e desajeitadas. Colocar um macacão de couro de uma ou duas peças é exercício físico e psicológico. E repetir isso duas vezes ao dia é realmente para os iniciados. Mas, existem alternativas como as jaquetas de tecidos sintéticos que são mais leves, mas com bom nível de proteção. As luvas de couro protegem contra queda e contra queimaduras de sol, além de reduzir os calos nas palmas das mãos. Botas especificas ou reforçadas evitam danos severos aos pés e tornozelos.
Mas por serem produzidos em baixa escala, tais equipamentos tendem a serem caras. Aliás, as matérias primas com que são confeccionadas são também caras e essa cadeia produtiva deixa o produto final com um preço bem salgado. Pra tornar as coisas mais caras, recaem sobre os produtos os impostos. Imagino que somando tudo, os impostos devem representar uma boa porcentagem do valor do produto final.
Para facilitar a vida dos motociclistas de baixa cilindrada, o governo poderia baixar os impostos para equipamentos de segurança de um modo geral e irrestrito. Isenção total como nas linhas brancas e até pouco tempo, para carros populares. Com isso, não haveria desculpas para ninguém comprar uma boa jaqueta, um bom par de luvas, botas e uma boa calça acolchoada. Em preços de hoje, tudo isso sairia no mínimo por 1.500 reais. Aplicando a redução drástica de impostos, chegaria a 600 a 900 reais, quer ainda não é de graça.

Se isso reduzisse em 10% o número de mortos e 30% de internação de motociclistas compensaria os gastos que o governo teria, sem levar em conta que mortos e feridos deixam de fazer parte da cadeia produtiva da população. No final, todos sairiam ganhando.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

GRUPOS DE MOTOS

Pertenço a um grupo de amigos que tem em comum apenas o fato de gostar de motocicletas. Foi criado, a princípio, por usuários de Kawasaki, a maioria eram donos de Ninja 300. Hoje, o grupo se resume a 5 pessoas, uma delas um garoto de 11 anos que acho que nem de velocípede sabe andar, mas é apaixonado por motos esportivas, mais precisamente a ZX10R da Kawasaki a tal ponto que uma MV-Agusta F4 é simplesmente uma moto qualquer. É ou não um garoto super-passional?

Ninja Sei-lá-o-quê

Os outros usuários tem Z800, GSX-750, Ninja 300 e eu com Z750. No início, foi até engraçado, pois havia uma pessoa que só pelo fato de ter uma Kawasaki se sentia superior a outros motociclistas. Além disso, achava que todos pensavam como ele em tudo, só pelo fato de todos terem motos Kawasaki.

O grupo remanescente é de amigos. Em comum, apenas motocicletas. As idades são diferentes, desde 11 a 57 anos, cilindradas de 300cc a 800cc, pouco sabemos sobre a família, a não ser um dos nossos que sofre com a sogra. Imagine, uma sogra que não sabe nem o nome do genro... Pior, nem conhece o genro!

Eu sou o mais velho, o tiozão. Quando o assunto é velocidade, fico de lado. Não é minha praia. Se o assunto é customização leve, opino... se a customização for de motor, fico de fora. Minha moto é 99,9% padrão. Só coloquei uma bolha com objetivo de conforto e menos de estética ou desempenho. Penso em colocar um amortecedor de direção, mas como tenho que cortar o logo Z750 da bolha, estou postergando a decisão, mas sei que o amortecedor é mais importante do que o logo ou a própria bolha. Mania de velho, eu acho...

Minha Z750

Nosso colega da Ninja 300 consegue acompanhar Fireblades, Ninja 1000 e deixar para trás Z750, Z800 e as Hornets, CBR 1000, etc. Eu fico impressionado que uma 300 cc consiga chegar a 190 km/h. Também é o que mais customizou a moto. Pneus e escapamento. Quer colocar filtro K&N e velas de irídio e parece que o objetivo é passar dos 190 km com a Ninja 300. Próxima moto será nada menos que ZX10R. Imagine este maluco com uma moto de 208 cv. Uma vez, eu e mais dois colegas deixamos ele para trás por atraso, uns 30 minutos. Ele chegou no local, percorrendo 90 km, 10 minutos depois da nossa chegada. E pedindo desculpas pelo atraso!

Ninja 300 customizada

O dono da GSX-750 foi o criador do grupo. No início, chamava-se Kawasaki SLZ. Daí, ele vendeu a Ninja 300 e comprou uma Suzuki. Foi uma decepção! O pior é que ele fez uma enquete e em peso o grupo escolheu a GSX-750 como a melhor das opções. Pensamos que era uma enquete boba. Daí, ele aparece com uma! Mas, por outro lado, ele nunca quis nos acompanhar para uma voltinha a uma cidade próxima, uns 90 km. O negócio dele parece que é ir de moto pra uma pizzaria a 3 km de casa dele, mas me garantiu que já colocou de 240 km/h. Até hoje, 06-12-2013, eu não vi esta moto. Ele me convidou para ir vê-la num encontro semanal num posto de gasolina. Minha resposta foi que se for pra ver parada, vou a uma concessionária.

Suzuki GSX-750 ou SRAD-750 para íntimos

Motociclista camuflado com a moto
A maior moto do grupo é uma Z800 corinthiana. Muito bonita e o dono para combinar comprou um macacão de couro com detalhes em branco, combinando com a moto. Quando juntos se camuflam deixando dúvidas de onde começa a moto e onde termina o motociclista. Que nem zebras na África. Agora, tem outro colega, que não faz parte deste grupo, que tem uma Ninja 1000 verde que pra combinar comprou uma luva com motivos verdes e, sem brincadeira, um par de botas com motivos verdes parecido com a da Docinho, das Meninas Superpoderosas. Aí também é demais!

Botas Meninas Superpoderosas


O mascote do grupo é o mais “perigoso” da turma, pois gosta de alta velocidade e de ZX10R. Postou um vídeo sobre corrida da Ilha de Man. A câmera é estática e as motos passam por ela a 300 km/h... não tem nenhuma graça. Só o zum-zum entre uma moto e outra. Mas, gosto é gosto. Enquanto eu digo “vai com cuidado!”, ele diz “vai rasgando com tudo!” para nosso colega da Ninja 300. Ele fica atiçando o pai a colocar 150 km/h na moto, dentro da cidade! Ainda bem que o pai tem bom senso e só fica nos 145 km/h (rsrs).


                Enfim, nosso grupo é muito divertido. Brincadeiras a parte, a amizade entre nós tem crescido com estas brincadeiras e isso acho que é importante para um grupo. Uma vez me convidaram para fazer parte de grupo de motociclistas. Fui e me senti deslocado. Primeiro, as motos eram todos acima de 1.000 cc, tipo custom ou big trails e a minha é uma naked com 750 cc. Segundo, a conversa eram paralelas, em grupinhos. A maioria nunca viajou embora suas poderosas e caras motos, embora sejam fabricadas para isso. O lema do grupo é “não temos regras”, mas no fundo as atitudes e o poder aquisitivo deles funcionam como regras. Na reunião de outro grupo que nem nome tem, foi mais agradável, mas também me senti um pouco deslocado, pois, por serem a maioria jovens, o assunto principal era velocidade, e para mim, existe vida inteligente nas motos além da velocidade.
                Me identifiquei mais com as pessoas deste grupo de conversa. Assim, ao invés de reunião semanal quase ritualístico, preferimos nos reunir para andar de motos simplesmente. Vai quem puder ir no dia. Conversamos pouco, uns 15 minutos e rodamos 2 horas. Depois, cada um vai pra casa e pronto, até outro dia, um novo dia. Talvez, nosso grupo de conversa exista por absoluta falta de regras. Nem no nome do grupo a gente se acerta. Agora é Duas Rodas SLZ, ou seja está aberto para scooters e bicicletas também.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

OBRIGATORIEDADE DE USO DE JAQUETA INFLÁVEL
E LIMITADORES DE VELOCIDADE

Sou a favor. Sim, sou a favor da vida. Por isso, sou a favor de jaquetas infláveis para motoqueiros, assim como o uso de coletes a bala e capacetes balísticos para moradores de favelas, onde são frequentes os tiroteios, sejam entre bandidos ou entre policiais ou entre ambos.
Sou a favor de ciclistas que andem com bicicletas sinalizadas com luzes piscantes, espelhos retrovisores e equipamentos de proteção como joelheiras, cotoveleiras e capacetes.
Sou a favor de pedestres usarem coletes infláveis com capacetes. Haveria significativa redução de mortes por atropelamento por carros com air bags e cinto de segurança, e motociclistas que usam capacetes e jaquetas de couro.
Sou a favor da redução de velocidade para 60 km/h em todos os veículos automotivos, de duas ou mais rodas, pois têm caminhões com 22 rodas,  e instalações de limitadores eletrônicos que “cortam o motor” (duas das minhas motos já têm, mas a 9.500 e 12.000 rpm) para todos os veículos movido a motor a explosão com qualquer combustível, e elétricos, ou ambos (híbridos). Sei que é uma utopia. Imaginem poder apreciar a paisagem como nas antigas carruagens e diligências, sentir o vento no rosto.
A velocidade de 110 km/h sugerida é muito perigoso. Tão perigoso quanto a 250 km/h. A maioria dos acidentes fatais ocorrem entre 80 a 100 km/h. Os air bags são eficientes até a 60 km/h e ficam ineficientes exponencialmente com o aumento da velocidade, a tal ponto que carros de corrida não tem air bags.  Aliás, tudo que estiver em movimento é perigoso. Carros e motos são perigosos até parados ou quase parados. Pessoas perdem os dedos nas portas de carros, morrem sufocadas em garagem com motor ligado, crianças são atropeladas na saída de garagem, motos caem dos cavaletes sobre crianças, etc.
Se vamos criar leis que salvem vidas, vamos fazer isso direito. Vamos proibir a fabricação de bebidas alcóolicas, ou proibir a fabricação de veículos automotivos, pois a convivência com os dois é desastroso, como vejo todo final de semana, as vezes até no meio da semana. Vamos proibir a fabricação de armas e não o porte das mesmas. Sem armas, não é preciso porte. É preciso eliminar a fonte e não criar leis paliativas que não controlam àqueles que fazem mau uso de carros, motos ou armas de fogo.
Vamos aproveitar e criar um “limitador de corrupção”. Um equipamento que é instalado nos políticos e afins, ou em todos os brasileiros que limitem a corrupção a 1 real. Na verdade, tal “limitador” deveria ter tolerância ZERO, como as leis de Deus: corrupto é corrupto, não importa se foi corrompido por um centavos ou 5 milhões de reais. Pra Deus, até a intenção é tão grave quanto a efetivação dela.
Para limitar as velocidades nas rodovias eu sugiro que sejam colocadas lombadas (quebra-molas) a cada 50 metros. As barreiras eletrônicas são burláveis: podem ser desligados e tem pessoas que não se importam em ser multadas, mas precisa ser muito doido para passar sobre uma lombada a 60 km/h. Eu viajo quase todo final de semana para uma cidade próxima e num trecho de uns 2 km tem 10 lombadas. Nunca vi ninguém acima de 50 km nos trechos “mais rápidos”. Já que os motoristas, motociclistas e pedestres não querem respeitar as leis por educação o jeito é por punição.

Com medidas sérias e severas, é possível acabar com a carnificina que se tornou o nosso modo de vida moderno. De Homo sapiens nos tornamos Homo automobiliens, humanos sobre rodas, dispostos a gastar 40.000 reais numa motocicleta de 130 cv ou 100.000 reais por um carro de 250 cv e andar a mais de 230 km/h. Mas, não pensem que é por causas destes afortunados que o mundo está este inferno que está, pois a maioria morrem em motos de 7.000 reais e carros de menos de 35.000 reais. Ou seja, motos que mal alcançam 100 km/h e carros que não chegam a 160 km/h.