domingo, 22 de dezembro de 2013

REFLEXÕES SOBRE ANDAR DE MOTOCICLETA

Uns dias atrás fiquei sabendo de um acidente de moto envolvendo um colega. Não somos amigos, mas apenas colegas de duas rodas.
Isto me deixou apreensivo, pois como sempre, envolve alta velocidade em área urbana. Em todos estes acidentes, os colegas e amigos de duas rodas tentam justificar como a culpa de um motorista imprudente que parou repentinamente, um motorista que mudou de faixa sem sinalizar, um motorista que avançou o sinal vermelho, um motorista que estava bêbado, um motorista que atropelou o motociclista, etc. Ou seja, é tudo culpa dos motoristas. Os motoristas com seus veículos gigantes, ocupando mais espaços que o necessário, lentos nas manobras, lentos no raciocínio, enfim, tudo culpa dos motoristas. Será?
Andando de moto a um bom tempo, vou colocar minhas reflexões sobre alguns efeitos que moldam os tipos de motociclistas que encontrei pelos caminhos da vida.

EFEITO TESTOSTERONA
Um pessoa pacata, tímida, acha que se comprar uma moto, vai se transformar num super-macho alfa. Então, escolhe a maior moto que pode comprar. Dizem que o tamanho da moto escolhida é inversamente proporcional ao tamanho do membro reprodutor do comprador. Eu prefiro acreditar que o tamanho da moto é diretamente proporcional ao saldo positivo da conta bancária do comprador. Neste primeiro momento, é pura ostentação. Parece que vai poder transar com todas as mulheres do mundo. Logo descobre que quem gosta de motos são homens. E, descobre que para ser respeitado entre dos homens é preciso também andar rápido. Aí que mora o perigo. Pois, quando se está rápido é preciso ter alguma noção de física: energia cinética. É uma daquelas coisas que a pessoa só dá conta quando é parado bruscamente, infelizmente com trágicas conseqüências

EFEITO BANDO
É aquela situação em que um sujeito faz coisas que sozinho não faria jamais. O grupo anda rápido, então ele anda rápido pois não quer ser alvo de bullying, ser o cagão da turma. Então anda rápido demais, faz curvas esfregando a saboneteira no asfalto, empina a moto nas trocas de marchas. E um dia, acontece o impensável: deixa o bando por força maior.

EFEITO PAVÃO
Compra capacetes, macacão, luvas, protetores cervicais e botas seguindo tendências e grifes, achando que quando mais caros, mais proteção oferecem. E com isso, tendem a correr mais ou se arriscar mais, quando deveria ser o inverso: por ser caro, andar mais devagar para não cair e estragar o equipamento.

EFEITO SUPER-HOMEM
Mais rápido que uma bala, mais forte que um trem. Por ser um veículo que acelera muito mais rápido que qualquer veículo produzido em massa, uma motociclita de 600 cc ou superior dá a falsa sensação de superioridade. Quando no fundo é uma coisa muito frágil, com mínima proteção para seu piloto e/ou passageiro. Por esta razão, há empresas que literalmente proíbem seus colaboradores a terem motocicletas que qualquer cilindrada. Quem pilota uma moto acima de 120 km/h flerta com a morte. Não vai adiantar estar usando o capacete de fibra de carbono e kevlar, o macacão de couro bovino italiano, as luvas com proteções com compósitos da era espacial, botas com sapatilhas ultramodernas, se bater a esta velocidade. Se não morrer, vai parar num hospital com lesões graves.

Penso que a culpa não é só dos motociclistas. Os fabricante de motocicletas têm suas parcelas de culpa. Exceto uma, todas as marcas conhecidas procuram a cada ano lançar motos com  2 a 4 cavalos a mais que o ano anterior, e com isso andar de 10 a 20 km/h a mais. Hoje, é comum motos 600 cc ultrapassar 230 km/h. As motos de 1.000 cc chegam fácil a 260 km/h, podendo ultrapassar 300 km/h cv nos modelos superesportivas. Tudo a um custo bem inferior a um carro de mesmo desempenho. Ou seja,  colocam no mercado foguetes a um custo que uma parte significativa dos motociclistas podem adquirir, sem necessidade de um “brevê” especial para pilotá-los nas avenidas e nas estradas.

Quando uma fábrica lançou recentemente um modelo 500 cc e 700 cc que mal chega a 180 km/h, o que mais se ouviu foi de que eram modelos chochos, lerdas, fraquinhas, etc. Nem se preocuparam que elas fazem 30 km/litro ou mais. É como se percorrer 50 metros em um segundo (180 km/h) fosse coisa de tartaruga. Acredito que a maioria dos motoristas nem chegaram a 140 km/h em seus carros, por puro medo, alguns por prudência. Mas, esta velocidade para uma motociclista com uma 600 cc é mínima. O ideal é 180 ou 200 km/h, dando piques de 240 km/h!


É preciso repensar o prazer de andar de motocicleta. Com o passar do tempo, o prazer de sentir o vento no rosto, foi substituído pela adrenalina de estar a 230 km/h ou chegar a ultrapassar 300 km/h, tudo filmado para postar no YouTube como se fosse a coisa mais importante a se fazer, arriscando a maior dádiva de Deus, a vida!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

ENFIM, VENCEU O BOM SENSO!

Acabou a novela dos freios ABS e air bags em todos os carros fabricados a partir de 01 de janeiro de 2014. Venceu o bom senso. Vidas humanas são mais importantes que os interesses de uma categoria de trabalhadores. A presidenta Dilma bateu de frente com o ministro Guido Mantega e fez prevalecer a preservação da vida, mesmo que isso possa soar uma medida anti-popular.

Mas, ainda não é o ideal. Os carros são obrigados a ter air bags duplos dianteiros. Não se fala nada sobre air bags para passageiros traseiros e laterais que são tendências mundiais. Alguns carros (de luxo!!) já dispõe de freios automáticos que são acionados quando surgem obstáculos tais como pedestres, animais ou outros veículos.

Infelizmente, ainda não é possível economicamente instalar ABS em motocicletas de baixa cilindrada e jaquetas infláveis para motociclistas e passageiros de motos é um sonho quase impossível, tanto pelos preços das jaquetas, quanto pela cultura de que motociclistas de baixa cilindrada não precisa de proteção além do trivial capacete, que na sua maioria são de qualidade questionável, embora leve o selo do INMETRO.

Uma vez, vi um jovem numa scooter 125cc em um estacionamento do shopping. Ele colocou capacete, luvas, jaquetas, cotoveleiras e joelheiras de skatista. Achei a princípio, um exagero. Uns dias depois, tive uma queda boba – moto parada – e ralei o joelho esquerdo e quebrei o dedo médio da mão direita que, até hoje, está meio torto. Eu cai com uma Bros. Se eu estivesse com todo aqueles apetrechos, provavelmente estaria contato uma outra história com final um pouco menos trágico.

Numa reportagem de jornal matutino, recebi a informação que os acidentados custam ao governo federal 45 bilhões de reais anual. Não sei se procede este valor, mas não se deve ficar colocando valores monetários a vida humana para justificar tomar medidas para sua preservação. Como diria uma propaganda de cartão de crédito: preservar a vida... não tem preço!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

REDUÇÃO DE IMPOSTOS PARA QUALQUER EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

Eu acredito que o principal motivo para que motociclistas de baixa cilindrada não se protejam adequadamente está no preço dos equipamentos de segurança. Penso que todos deveriam usar jaquetas de couro ou cordura (tecido sintético), calças acolchoadas, botas especificas para motociclistas, luvas de couro, capacetes de boa qualidade, mesmo para andar de Biz ou Pop 100.
Realmente são desconfortáveis e desajeitadas. Colocar um macacão de couro de uma ou duas peças é exercício físico e psicológico. E repetir isso duas vezes ao dia é realmente para os iniciados. Mas, existem alternativas como as jaquetas de tecidos sintéticos que são mais leves, mas com bom nível de proteção. As luvas de couro protegem contra queda e contra queimaduras de sol, além de reduzir os calos nas palmas das mãos. Botas especificas ou reforçadas evitam danos severos aos pés e tornozelos.
Mas por serem produzidos em baixa escala, tais equipamentos tendem a serem caras. Aliás, as matérias primas com que são confeccionadas são também caras e essa cadeia produtiva deixa o produto final com um preço bem salgado. Pra tornar as coisas mais caras, recaem sobre os produtos os impostos. Imagino que somando tudo, os impostos devem representar uma boa porcentagem do valor do produto final.
Para facilitar a vida dos motociclistas de baixa cilindrada, o governo poderia baixar os impostos para equipamentos de segurança de um modo geral e irrestrito. Isenção total como nas linhas brancas e até pouco tempo, para carros populares. Com isso, não haveria desculpas para ninguém comprar uma boa jaqueta, um bom par de luvas, botas e uma boa calça acolchoada. Em preços de hoje, tudo isso sairia no mínimo por 1.500 reais. Aplicando a redução drástica de impostos, chegaria a 600 a 900 reais, quer ainda não é de graça.

Se isso reduzisse em 10% o número de mortos e 30% de internação de motociclistas compensaria os gastos que o governo teria, sem levar em conta que mortos e feridos deixam de fazer parte da cadeia produtiva da população. No final, todos sairiam ganhando.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

GRUPOS DE MOTOS

Pertenço a um grupo de amigos que tem em comum apenas o fato de gostar de motocicletas. Foi criado, a princípio, por usuários de Kawasaki, a maioria eram donos de Ninja 300. Hoje, o grupo se resume a 5 pessoas, uma delas um garoto de 11 anos que acho que nem de velocípede sabe andar, mas é apaixonado por motos esportivas, mais precisamente a ZX10R da Kawasaki a tal ponto que uma MV-Agusta F4 é simplesmente uma moto qualquer. É ou não um garoto super-passional?

Ninja Sei-lá-o-quê

Os outros usuários tem Z800, GSX-750, Ninja 300 e eu com Z750. No início, foi até engraçado, pois havia uma pessoa que só pelo fato de ter uma Kawasaki se sentia superior a outros motociclistas. Além disso, achava que todos pensavam como ele em tudo, só pelo fato de todos terem motos Kawasaki.

O grupo remanescente é de amigos. Em comum, apenas motocicletas. As idades são diferentes, desde 11 a 57 anos, cilindradas de 300cc a 800cc, pouco sabemos sobre a família, a não ser um dos nossos que sofre com a sogra. Imagine, uma sogra que não sabe nem o nome do genro... Pior, nem conhece o genro!

Eu sou o mais velho, o tiozão. Quando o assunto é velocidade, fico de lado. Não é minha praia. Se o assunto é customização leve, opino... se a customização for de motor, fico de fora. Minha moto é 99,9% padrão. Só coloquei uma bolha com objetivo de conforto e menos de estética ou desempenho. Penso em colocar um amortecedor de direção, mas como tenho que cortar o logo Z750 da bolha, estou postergando a decisão, mas sei que o amortecedor é mais importante do que o logo ou a própria bolha. Mania de velho, eu acho...

Minha Z750

Nosso colega da Ninja 300 consegue acompanhar Fireblades, Ninja 1000 e deixar para trás Z750, Z800 e as Hornets, CBR 1000, etc. Eu fico impressionado que uma 300 cc consiga chegar a 190 km/h. Também é o que mais customizou a moto. Pneus e escapamento. Quer colocar filtro K&N e velas de irídio e parece que o objetivo é passar dos 190 km com a Ninja 300. Próxima moto será nada menos que ZX10R. Imagine este maluco com uma moto de 208 cv. Uma vez, eu e mais dois colegas deixamos ele para trás por atraso, uns 30 minutos. Ele chegou no local, percorrendo 90 km, 10 minutos depois da nossa chegada. E pedindo desculpas pelo atraso!

Ninja 300 customizada

O dono da GSX-750 foi o criador do grupo. No início, chamava-se Kawasaki SLZ. Daí, ele vendeu a Ninja 300 e comprou uma Suzuki. Foi uma decepção! O pior é que ele fez uma enquete e em peso o grupo escolheu a GSX-750 como a melhor das opções. Pensamos que era uma enquete boba. Daí, ele aparece com uma! Mas, por outro lado, ele nunca quis nos acompanhar para uma voltinha a uma cidade próxima, uns 90 km. O negócio dele parece que é ir de moto pra uma pizzaria a 3 km de casa dele, mas me garantiu que já colocou de 240 km/h. Até hoje, 06-12-2013, eu não vi esta moto. Ele me convidou para ir vê-la num encontro semanal num posto de gasolina. Minha resposta foi que se for pra ver parada, vou a uma concessionária.

Suzuki GSX-750 ou SRAD-750 para íntimos

Motociclista camuflado com a moto
A maior moto do grupo é uma Z800 corinthiana. Muito bonita e o dono para combinar comprou um macacão de couro com detalhes em branco, combinando com a moto. Quando juntos se camuflam deixando dúvidas de onde começa a moto e onde termina o motociclista. Que nem zebras na África. Agora, tem outro colega, que não faz parte deste grupo, que tem uma Ninja 1000 verde que pra combinar comprou uma luva com motivos verdes e, sem brincadeira, um par de botas com motivos verdes parecido com a da Docinho, das Meninas Superpoderosas. Aí também é demais!

Botas Meninas Superpoderosas


O mascote do grupo é o mais “perigoso” da turma, pois gosta de alta velocidade e de ZX10R. Postou um vídeo sobre corrida da Ilha de Man. A câmera é estática e as motos passam por ela a 300 km/h... não tem nenhuma graça. Só o zum-zum entre uma moto e outra. Mas, gosto é gosto. Enquanto eu digo “vai com cuidado!”, ele diz “vai rasgando com tudo!” para nosso colega da Ninja 300. Ele fica atiçando o pai a colocar 150 km/h na moto, dentro da cidade! Ainda bem que o pai tem bom senso e só fica nos 145 km/h (rsrs).


                Enfim, nosso grupo é muito divertido. Brincadeiras a parte, a amizade entre nós tem crescido com estas brincadeiras e isso acho que é importante para um grupo. Uma vez me convidaram para fazer parte de grupo de motociclistas. Fui e me senti deslocado. Primeiro, as motos eram todos acima de 1.000 cc, tipo custom ou big trails e a minha é uma naked com 750 cc. Segundo, a conversa eram paralelas, em grupinhos. A maioria nunca viajou embora suas poderosas e caras motos, embora sejam fabricadas para isso. O lema do grupo é “não temos regras”, mas no fundo as atitudes e o poder aquisitivo deles funcionam como regras. Na reunião de outro grupo que nem nome tem, foi mais agradável, mas também me senti um pouco deslocado, pois, por serem a maioria jovens, o assunto principal era velocidade, e para mim, existe vida inteligente nas motos além da velocidade.
                Me identifiquei mais com as pessoas deste grupo de conversa. Assim, ao invés de reunião semanal quase ritualístico, preferimos nos reunir para andar de motos simplesmente. Vai quem puder ir no dia. Conversamos pouco, uns 15 minutos e rodamos 2 horas. Depois, cada um vai pra casa e pronto, até outro dia, um novo dia. Talvez, nosso grupo de conversa exista por absoluta falta de regras. Nem no nome do grupo a gente se acerta. Agora é Duas Rodas SLZ, ou seja está aberto para scooters e bicicletas também.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

OBRIGATORIEDADE DE USO DE JAQUETA INFLÁVEL
E LIMITADORES DE VELOCIDADE

Sou a favor. Sim, sou a favor da vida. Por isso, sou a favor de jaquetas infláveis para motoqueiros, assim como o uso de coletes a bala e capacetes balísticos para moradores de favelas, onde são frequentes os tiroteios, sejam entre bandidos ou entre policiais ou entre ambos.
Sou a favor de ciclistas que andem com bicicletas sinalizadas com luzes piscantes, espelhos retrovisores e equipamentos de proteção como joelheiras, cotoveleiras e capacetes.
Sou a favor de pedestres usarem coletes infláveis com capacetes. Haveria significativa redução de mortes por atropelamento por carros com air bags e cinto de segurança, e motociclistas que usam capacetes e jaquetas de couro.
Sou a favor da redução de velocidade para 60 km/h em todos os veículos automotivos, de duas ou mais rodas, pois têm caminhões com 22 rodas,  e instalações de limitadores eletrônicos que “cortam o motor” (duas das minhas motos já têm, mas a 9.500 e 12.000 rpm) para todos os veículos movido a motor a explosão com qualquer combustível, e elétricos, ou ambos (híbridos). Sei que é uma utopia. Imaginem poder apreciar a paisagem como nas antigas carruagens e diligências, sentir o vento no rosto.
A velocidade de 110 km/h sugerida é muito perigoso. Tão perigoso quanto a 250 km/h. A maioria dos acidentes fatais ocorrem entre 80 a 100 km/h. Os air bags são eficientes até a 60 km/h e ficam ineficientes exponencialmente com o aumento da velocidade, a tal ponto que carros de corrida não tem air bags.  Aliás, tudo que estiver em movimento é perigoso. Carros e motos são perigosos até parados ou quase parados. Pessoas perdem os dedos nas portas de carros, morrem sufocadas em garagem com motor ligado, crianças são atropeladas na saída de garagem, motos caem dos cavaletes sobre crianças, etc.
Se vamos criar leis que salvem vidas, vamos fazer isso direito. Vamos proibir a fabricação de bebidas alcóolicas, ou proibir a fabricação de veículos automotivos, pois a convivência com os dois é desastroso, como vejo todo final de semana, as vezes até no meio da semana. Vamos proibir a fabricação de armas e não o porte das mesmas. Sem armas, não é preciso porte. É preciso eliminar a fonte e não criar leis paliativas que não controlam àqueles que fazem mau uso de carros, motos ou armas de fogo.
Vamos aproveitar e criar um “limitador de corrupção”. Um equipamento que é instalado nos políticos e afins, ou em todos os brasileiros que limitem a corrupção a 1 real. Na verdade, tal “limitador” deveria ter tolerância ZERO, como as leis de Deus: corrupto é corrupto, não importa se foi corrompido por um centavos ou 5 milhões de reais. Pra Deus, até a intenção é tão grave quanto a efetivação dela.
Para limitar as velocidades nas rodovias eu sugiro que sejam colocadas lombadas (quebra-molas) a cada 50 metros. As barreiras eletrônicas são burláveis: podem ser desligados e tem pessoas que não se importam em ser multadas, mas precisa ser muito doido para passar sobre uma lombada a 60 km/h. Eu viajo quase todo final de semana para uma cidade próxima e num trecho de uns 2 km tem 10 lombadas. Nunca vi ninguém acima de 50 km nos trechos “mais rápidos”. Já que os motoristas, motociclistas e pedestres não querem respeitar as leis por educação o jeito é por punição.

Com medidas sérias e severas, é possível acabar com a carnificina que se tornou o nosso modo de vida moderno. De Homo sapiens nos tornamos Homo automobiliens, humanos sobre rodas, dispostos a gastar 40.000 reais numa motocicleta de 130 cv ou 100.000 reais por um carro de 250 cv e andar a mais de 230 km/h. Mas, não pensem que é por causas destes afortunados que o mundo está este inferno que está, pois a maioria morrem em motos de 7.000 reais e carros de menos de 35.000 reais. Ou seja, motos que mal alcançam 100 km/h e carros que não chegam a 160 km/h.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

EPI’S DE MOTOCICLISTAS

                 Hoje eu resolvi escrever alguma coisa da minha experiência com equipamento de proteção individual (EPI) de motociclistas. O termo EPI é mais empregado nas empresas e são fornecidos aos seus empregados para execução de tarefas rotineiras que por vezes são perigosos. Alguns equipamentos exigem treinamento para seu uso correto, outros são simples mas que exigem o mínimo de atenção no seu uso.
                O uso incorreto do EPI pode levar a lesões graves ou até mesmo a morte do usuário. Por exemplo, um cinto tipo paraquedista corretamente colocado mas indevidamente ancorado pode levar o usuário a morte. Uso de capacete sem a jugular pode fazer com que o capacete seja arremessado expondo a cabeça do usuário ao segundo impacto.



                  Mas, uma máxima em treinamentos é que nenhum EPI evita acidentes, mas minimiza seus efeitos se devidamente usado.mente
                 Em São Luís (MA), o clima é bem definido: tem época que chove todo dia ou dia todo, e outra época, mais longa, que não chove nada, absoluta nada! O que favorece passeios agradáveis de motocicletas, mas como temperatura é quente, mesmo quando chove. Isso faz com que os motociclistas, principalmente de motocicletas de baixa cilindrada, não se preocupe em se proteger dos agentes externos.
                Os motociclistas tem uma lista de EPI, a começar pelo capacete. No mercado há dezenas de modelo, com preço variando de 60 a 3.000 reais, ou mais. Todos precisam ter um selo do INMETRO e, teoricamente, todos que tem o selo foram aprovados e oferecem proteção a cabeça do motociclista. O problema é que alguns motociclista usam de modo errado. A começar pela remoção da viseira, uns por motivo estético e outros por incômodo, principalmente quando apresentam muitos riscos. Outra vez, o capacete está apenas colocado na cabeça, sem estar devidamente afivelado pela jugular. Às vezes, vejo motociclistas com capacete apenas cobrindo a parte superior da cabeça, sem ao menos baixar até a altura do queixo. O pior é ver o motociclistas com o capacete no cotovelo, apenas colocando quando está próximo de uma blitz.
                A viseira é fundamental proteger os olhos de impactos do vento, de insetos pequenos e grandes. É preciso manter a viseira sempre limpa e sem riscos, trocando a viseira antes de perder a visibilidade. Sem isso, o prazer de pilotar uma motocicleta, seja uma 125 cc ou uma 750 cc, pode se transformar numa ida indesejável ao oftalmologista, isso se não perder a visão instantaneamente. A maioria dos fabricantes de capacetes, já prevendo a fragilidade a riscos, vendem viseiras avulsas.
                Eu uso dois modelos de capacetes, ambos articulados, pois facilitam o pôr-e-tirar para quem usa óculos. Um dos modelos, tem dupla viseira: uma clara e outra escura. Não são capacetes caros. O modelo mais simples custa na faixa de 160 reais e o modelo com dupla viseira custa na faixa de 360 reais. Recomendo ambos, pois oferecem boa proteção a cabeça do motociclista. Quando ao fator ruído do vento, não são excepcionais, mas costumo usar protetores auriculares em viagens mais longas, e isso até meus colegas que tem capacetes de 1.500 a 3.000 reais usam, pois o ruído do vento em alta velocidade é perturbador.
Capacetes articulados de viseria simples e dupla


Protetores auriculares

                Outro EPI que é negligenciado pelos motociclistas de baixa cilindrada da minha cidade é a jaqueta. O ideal seria que fosse de couro bovino ou outro animal de mesmo porte. Os motociclistas de média e alta cilindrada se protegem melhor. Mas, cair de 125 cc e de 1.000 cc a 100 km/h tem o mesmo efeito. Um macacão de couro custa entre 1.500 a 4.500 reais, o que afasta de vez os motociclistas de baixa cilindrada de utilizar este equipamento. Eu mesmo não tenho macacão de couro. Nem tanto pelo preço pois com cartão de crédito poderia pegar ao menos um modelo de 1.500 reais, em 10 x sem juros, mas pelo fato do macacão de couro ser pesado e pouco ventilado. Uso então uma jaqueta e calça de cordura(*) tipo Summer, com furos de ventilação e proteções nos ombros, nos cotovelos, nos joelhos, nos quadris e na cervical. Pesam 1/3 do similiar em couro, além do conjunto custar 800 reais, também pagáveis em 10 x sem juros.

(*) Cordura é um tecido sintético desenvolvido pela DuPont

                Além da proteção contra queda a jaqueta e a calça protegem contra o Sol e impactos de pedriscos e areias lançadas por outros veículos e de insetos voadores. Há motociclistas que pegam a estrada com camiseta e bermuda, e nos pés, chinelos havaianas. Com isso se colocam em riscos e desconfortos que podem estragar um bom passeio de moto. Quando volto de uma viagem, fico impressionado com a quantidade de insetos na viseira dos capacete e na bolha da moto. A jaqueta e calça ficam cheios de insetos e algumas são vespas. Imagine uma vespa grudada na pele lançando seu ferrão na hora derradeira da morte...
                      Quanto ao macacão, houve uma discussão entre colegas sobre qual melhor tipo: uma ou duas peças. Os que defendem o macacão de uma peça, enfatiza a segurança em caso de queda, pois minimiza a possibilidade da peça superior expor o corpo a abrasão no asfalto. Os que defendem o macacão de duas peças, enaltece o conforto e a facilidade de remover a parte de cima facilmente em áreas de descanso e usar os sanitários com mais facilidade. Tirar um macacão de uma peça no momento do aperto biológico pode ser uma questão de sorte ou treino não ter que lavar as botas. Em ambos, é recomendado o uso de segunda pele, senão para tirar o macacão terá que contar com ajuda externa.

Macacões de couro de uma e duas peças e conjunto jaqueta/calca de cordura modelo summer
            
Conjunto segunda pele

                Outro EPI importante são as luvas. Não é raro sentir que um pedrisco ou inseto um pouco maior se chocou nas mãos. Sem as luvas a dor seria insuportável e até poderia tirar a atenção no motociclista. Além de oferecer proteção nas mãos em caso de queda e abrasão no asfalto. Não vamos nos esquecer do Sol que também podem detonar as mãos e ficar com aquele aspecto esquisito de estar usando luvas. O ideal são luvas com proteção nas falanges, mas uma boa luva de couro oferece boa proteção contra quedas, abrasão, impactos e Sol.

Luvas de couro com proteção metacarpal

                E por fim, os calçados. Eu uso calçados reforçados e não botas especificas para motociclista. Novamente, o fator conforto pesou na hora de comprar. Mas, não querendo ser detalhista, um par de botas de motociclista combina melhor com macacão de couro do que um par calçado reforçado ou um par de tênis. A jaqueta e a calça Summer combina melhor com calçados reforçados.
                
Calcado reforçados tipo bota-tênis

                Alguém poderá me questionar se um impermeável ou capa de chuva também não seriam EPIs. Acho que sim, é também um EPI, mas acho que é mais prudente e se puder, logicamente, andar ou pilotar uma moto com o tempo bom e pista seca. Porém, mais do usar impermeáveis, se precisar andar na chuva, siga a regra de diminuir a velocidade em até 30% do usual, recobrando a atenção nas curvas molhadas e nas poças d’aguas que podem esconder bueiros sem tampas e buracos mais profundos. Os macacões e jaquetas e calcas, bem como os calçados oferecem um pouco impermeabilidade, mas em caso de chuvas torrenciais provavelmente vai molhar até os ossos. Ai, o mais importante é não molhar a carteira com dinheiro e documentos.

Os EPIs estão à disposição nas lojas a preços variados. Procure por um bom produto e não por produto barato, mas também fique atento para não comprar algo muito caro que agrega apenas valores estéticos ou de marca. Somente o capacete é obrigatório e seu uso pode ser negligenciado como já foi abordado neste artigo. Mas, proteger outras partes do corpo é igualmente importante para que possamos ter vida longa e próspera, como dizem os Vulcanos, mesmo sobre uma motocicleta.

domingo, 24 de novembro de 2013

BOLHA PUIG PARA KAWASAKI Z750
PRIMEIRA AVALIAÇÃO
Nota: as velocidades citadas no artigo não correspondem as velocidades reais. São apenas proporcionais, para não induzir os leitores a ultrapassarem às velocidades máximas permitidas nas rodovias federais, estaduais e muncipais.

Minha bolha chegou no começo da semana, dia 19/11. Comprei no Brasil e paguei 700 reais, e mais frete de 40 reais via PAC. Pensei em comprar via Ebay, na Itália e estava 160 dolares mais o frete de 52 dólares. Fazendo as contas, parece vantajoso comprar no exterior. Um colega comprou uma bolha na Itália, uma semana antes de mim. O dela ainda não chegou em casa. Está no Brasil, mas retido na alfândega, no Porto de Paranaguá com previsão de liberação entre 15 a 4 dias! O meu chegou em 9 dias.
Bom, ele pode ter ainda que pagar 60% de taxa de importação sobre o valor da mercadoria e do frete, dependendo do humor do agente alfandegário. Mesmo assim, ficaria 212 dolares, mais taxa de importação cheia (com frete) ficaria em 339,20 dolares algo em torno de 780 reais. Se não tiver a taxação vai sair por uns 487,60 reis. Vantajoso? Sim e não, como já escrevi anteriormente, eu já estou com minha bolha, e vou pagar em 10 vezes sem juros no cartão. O dele, pagou tudo a vista. A taxa, se houver, vai ser a vista também.


 Bolha PUIG e alforge magnético pequeno

Negócios a parte, vamos a primeira avaliação da bolha Puig para Kawasaki Z750.
INSTALAÇÃO: muito simples. Eu mesmo instalei em 10 minutos. Removi dois parafusos do guidão, e coloquei os novos com encostos e a placa de suporte da bolha.

Detalhe do suporte da bolha e alforge magnético pequeno

NA ESTRADA: peguei a rodovia (parte BR e parte MA) duas vezes. No sábado fui só, e no domingo fui com dois amigos, um numa Fireblade e outro numa Z800. O trajeto até uma cidade próxima é de aproximadamente 95 km. Sem a bolha, minha velocidade de cruzeiro ficava em torno dos 70 a 80 km/h, podendo chegar a 115 km/h excepcionalmente, pelas próprias características da minha moto: uma naked e não uma superesportiva. Ou seja, em alta velocidade, sentia dores nos braços e pescoço e isso tirava a sensação de segurança e me fazia andar em velocidades mais baixas. Mas com a bolha, senti mais segurança e andei em velocidade mais alta sem sentir desconforto do vento empurrando meu corpo e minha cabeça para trás. Ou seja, mesmo em alta velocidade não senti dores ou cansaço.
PROTEÇÃO: realmente há uma redução acentuada no impacto do vento em velocidade acima de 60 km/h. Segundo o ensaio por computador do fabricante, a 150 km/h num piloto de 1,80 m (eu tenho 1,72 m e 68 kg) a bolha tira cerca de 6,9 kg do corpo e 1,9 kg do capacete. A redução ocorre no corpo e no capacete, mas na posição normal (sem se inclinar), houve um aumento na turbulência no capacete com aqueles ruídos de pancadas no visor, sem balanço. Utilizei protetores auriculares e melhorou muito o conforto, pois atenuou o ruído de pancadas em alta velocidade. Eu ficava com dor nos braços se mantivesse velocidade acima de 100 km por longo período, fazendo com que ficasse na faixa dos 70 a 80 km/h enquanto meus amigos iam a 100 a 105 km/h. Com a bolha, nos dois dias que viajei em velocidade de 100 a 105 km/h não senti dor nos braços e no pescoço. Em um trecho longo mantive 115 km/h por uns 5 km sem sentir desconforto, durante pouco mais de 1 minuto.
VELOCIDADE: não senti que houve aumento de velocidade, pois mantive a mesma média de velocidade. Nem posso dizer se atingi as velocidades em menos a tempo, pois não tenho como cronometrar. Atingi velocidade máxima de 118,5 km/h, mas isso fazia sem a bolha. O que fiz foi andar em velocidade mais alta que fazia normalmente por causa da proteção proporcionada pela bolha.
FRENAGEM: este quesito ficou comprometido. É sensível a perda de freio aerodinâmico com o corpo. Senti que usei mais os freios que o normal, pois me acostumei a aproximar dos carros e curvas numa certa velocidade e usar o corpo como freio aerodinâmico conseguindo uma boa redução na velocidade ao me erguer na moto. Este efeito ficou reduzido e senti que tive que usar mais os freios das motos do que nos passeios anteriores. Acho que isso é normal e os freios da moto foram projetadas para suportar esta pequena sobrecarga de trabalho. Deve encurtar um pouco a vida das pastilhas e dos pneus, mas nada preocupante.
CONSUMO: a primeira medição foi 17,7 km/l, mas atribuo isso ao trânsito na rodovia e não a bolha, pois tive que andar em velocidade abaixo dos 80 km/h. Na segunda medição, o consumo foi de 13,2 km/l, e atribuo isso a presença da bolha que fez com que eu mantivesse velocidades mais altas do que o normal, graças a bolha. Como não sentia dor nos braços e pescoço, mantive velocidade acima do usual. Ou seja, a bolha pode fazer com que aumente o consumo de combustível pois permite rodar em alta velocidade por mais tempo.
ESTÉTICA: na minha opinião, a estética ficou melhor (ver fotos). Sentia falta de algo na frente da minha moto. Agora, a sensação é que ela ficou mais robusta e mais harmônica. Mas, isso pode ser subjetivo. Optei pela marca PUIG pois ter detalhes que a GIVI, a RMA e uma nacional não têm, e reparei que as motos da MotoGP se utilizam desta marca (PUIG). Resolvi investir e não optei pelo de menor custo. Mas, acredito que bolha nacional (160 reais) pode ter os mesmos efeitos sobre a moto.
Estética melhorada com a bolha




sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O QUE VENDE MAIS? MOTO NA VITRINE OU NA RUA?

Como não tenho muita coisa para contar sobre minha moto, resolvi escrever este texto por causa de um amigo que tem uma Fireblade 2011 e queria trocar por um Yamaha R1 2014.
Recentemente abriu na cidade (São Luís-MA) uma nova concessionária de motos Yamaha, a segunda, que trouxe como diferencial as motos de alto desempenho juntos com as motos populares (125 a 600cc).
Na inauguração foi uma festa. Enfileiraram R1, Tenerè 1200, V-Max e as conhecidas XJ6 (N e F) e XT 660. Vi meu amigo Luciano namorando a R1. Sabe? Aquele olhar de apaixonado, de quem tem olhado muitas imagens na Internet e vídeos no Youtube...

Yamaha YZF-R1 - Motor crossplane, 182 cv@12.500 rpm, 11,8 kgf.m@10.000 rpm

Ele foi a loja três semanas depois e quis fazer negócio com a sua Fireblade. Ofereceram 35.000 reis quando na tabela FIPE custa 45.000 reais. Ele aceitaria 40.000 reais pois sempre tem a faixa de lucro do vendedor de moto usada. Ele tentou negociar e a concessionária foi irredutível.

Honda CBr 1000 RR Fireblade: Motor flat, 178,1 cv@12.000 rpm, 11,4 kgf.m@8.500 rpm

Quando liguei pra ele para pegar o número do irmão que trabalha na mesma concessionária, ele desfiou o rosário. Então me veio a seguinte questão: o que vende mais? Uma moto na vitrine de uma concessionária ou na rua, na mão de um aficcionado?
                Recentemente, uma concessionaria de outra cidade veio para vender motos aqui em São Luís e colocaram para vender vários vendedores. Apenas um deles era aficcionado por motos – entendia de motor: aerodinâmica, kits de potência, kits de barulho, kits de babaquice, tudo. Outros ficavam sentados acessando a Internet, vendo noticiários ou preços de eletrodomésticos e eletrônicos no Mercado Livre, dando atenção somente quando um cliente solicitava alguma informação, em geral, o preço e condições de pagamento. Não é difícil adivinhar quem vendeu mais motos.
                No caso do meu amigo, se eu fosse gerente ou proprietário da concessionária iria investigar quem é o Luciano – o irmão dele trabalha na concessionária, então isso seria fácil. Ele é daqueles caras que faz amizade com muita brincadeira. Alegre e falador. Uma pessoa acessível e conhecido nos meios motociclísticos.
                Se ele saísse da loja com a R1, em ½ hora, todos que o conhecem com certeza saberia que ele comprou a esportiva da Yamaha (ele passaria por WhatsApp as fotos do novo brinquedo). Uma moto que estava na vitrine da concessionária passaria a ser um out-door ambulante. Pra todos lugares que ele fosse, durante 1 hora a assunto seria como é a R1, como faz curva, como corre, como é potente, como é melhor que as outras esportivas.
                 Na loja, acho que nenhum dos vendedores pilotou uma R1. Só sabem o preço e as condições de pagamento. Se eu fosse o gerente ou proprietário da loja, veria no meu amigo Luciano um garoto propaganda em potencial. Aposto que vendendo aquela R1 com uma margem de lucro menor do que esperado, venderia mais 3 ou 4 em pouco mais de um mês e reporia o lucro da venda da primeira R1, enquanto isso ela está na vitrine a 3 semanas sem nenhum comprador querendo se arriscar a desembolsar 65.000 reais por ela.
                Eu apareci na cidade com uma Z750. Era uma das 05 motos compras em outra cidade já que aqui não tem concessionária da marca e hoje são mais de 30 circulando em pouco mais de um ano. Imagine se tivesse concessionária aqui.
                Vender motocicletas de 600cc ou superior não é como vender um fogão ou geladeira. Na verdade, quem compra não está comprando um meio de transporte. Está comprando sonhos e quando o sonho cabe no orçamento, ele não pensa duas vezes: vai e compra. Então, é preciso alimentar os sonhos destas “crianças”. Abrir uma concessionaria de motos de grande cilindrada é um passo importante na vida de qualquer empresário, cujo primeiro objetivo é lucrar com o negócio, mas se colocar um diferencial, tipo “a loja é um realizador de sonhos” poderá dominar o mercado com uma marca já que as outras concessionárias mantém a mesma filosofia de ser apenas um repassador de uma “bicicleta com um motor de mais de 150 cv”.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

DEFLETOR DE AR DIANTERIO OU BOLHA PARA KAWASAKI Z750

            Depois de um ano viajando praticamente todo final de semana, percorrendo em torno de 190 km em rodovia e aproveitando o período de seca na região, decidi colocar uma bolha ou defletor de ar na minha Z750. Fiquei curioso ao pilotar uma Ninja 1000 e senti uma grande diferença na pressão do ar em velocidade a partir de 130 km/h.

Ninja 1000 com bolha regulável em 3 posições e Z1000 com mini-bolha fixa

            Minha moto é uma naked, escolhida por uma questão de gosto. É muito bonito motos com motores a mostra. Uma moto carenada é como uma linda mulher usando burca. Na minha idade (57 anos, completos em julho), pilotar na velocidade máxima não é tão importante quanto passear na velocidade de cruzeiro, mas mesmo na velocidade de cruzeiro pode ser cansativa pois neste período os ventos são mais intensos na região que viajo.
            Mas, meus amigos de viagem são bem jovens, cujas idades vai desde 30 a 45 anos, e na sua maioria tem motos esportivas (entenda-se, carenadas). A postura é um dos pontos que me tiram deste tipo motocicletas, mas vendo aquela “bolhinha” na Ninja 1000 fazendo seu trabalho de tirar alguma pressão do peito e do capacete comecei a me interessar em colocar uma, pois a postura é a mesma da Z750. Poderei andar sem me cansar muito, pelo menos este é o objetivo de colocar um defletor de ar na minha naked e não andar junto com as carenadas.
            Fui investigar na Internet e encontrei poucas informações, inclusive de fabricantes, exceto a Puig que têm vários testes em computador - entenda-se, túnel de vento virtual - comparando com modelos originais e as bolhas personalizadas. Pois sim, baseados nestas informações quantitativas posso dizer que vale a pena colocar uma bolha na minha moto naked. Com isso, mantendo minha postura mais ereta do que se tivesse numa esportiva teoricamente receberei quase 2 kg de pressão a menos no capacete e quase 7 kg de pressão no peito, a 150 km/h se eu tivesse 1,80m (tenho 1,72m).


Teste de túnel de vento virtual - bolha Puig para Z750

            Os testes mostram que as bolhas personalizadas chega a tirar de 0,5 a 1 kg nos capacetes e de 1 a 2 kg do peito motos esportivas, quer dizer, em esportivas o efeito da bolha não é tão significativos como na Z750 ou Z1000 que não vem com carenagens de fábrica. Para quem se interessar é só acessar o site da Puig e ver os testes dos modelos de motos de interesse.
           Vou comprar um modelo nacional, fabricado em Ibiúna-SP. Embora não tenha os dados de teste deste modelo, ela custa 1/3 do modelo importado e sei que os 2/3 do preço do importado são impostos e outros custos “mortos”. Se o modelo nacional tirar 1 kg de pressão do capacete e 5 kg do meu peito, já estarei satisfeito. O acrílico do modelo nacional tem os mesmos 3 mm e suporte é de alumínio anodizado como o importado.

Z750 sem e com bolha Puig

              Segundo os dados que obtive, terei um aumento de 25% no coeficiente aerodinâmico. Espero que com isso, além de tornar minhas viagens menos cansativas, consiga significativa economia de combustivel. Se melhor o consumo em 25% também será uma maravilha.
              Farei um teste e colocarei no meu próximo blog.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

AS PERGUNTAS QUE JA ME FIZERAM (SOBRE MOTO E ASSUNTOS AFINS)
E AS RESPOSTAS QUE GOSTARIA DE DAR, COM TODO RESPEITO...

Quando comprei minha Bros foi como se não tivesse comprado nada! Ninguém reparava nela, ninguém me perguntava nada a respeito dela, ou seja, era absolutamente invisível. Eu havia optado por ela, por aliar robustez, baixo consumo, manutenção barata, ideal para ruas esburacadas, bom no trânsito, enfim, tudo que uma moto de 150cc tem, mas ninguém queria saber.
Dois anos mais tarde, num acesso de doidice resolvi que não ia terminar meus dias dirigindo um carro automatizado, ar condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos, etc., sem usufruir do prazer de pegar estrada como fazia quando mais jovem, na faixa dos 30 anos. Então, aos 56 anos, resolvi comprar uma moto que tinha que ter 4 cilindros, no mínimo 600cc e com ABS. Escolhi uma Z750, verde limão, com ABS.
O efeito positivo foi que rejuveneci 20 anos. Voltou aquele prazer de vento no rosto, velocidade, adrenalina, mas também trouxe um efeito negativo: deixei de ser invisível. O que pra maioria das pessoas, principalmente mulheres, é uma coisa legal, pra mim é um m*rda. Não que eu seja uma pessoa tímida, pelo contrário, sou bastante expansivo, mas sou avesso a interrogatórios e muitas pessoas não se dão conta que fazem perguntas inoportunas, incoerentes e às vezes meio idiotas. Sendo uma pessoa educada nos moldes antigos, procuro sempre dar respostas que os "interrogadores" gostariam de ouvir, não necessariamente "mentindo" para eles. Mas, para certas perguntas, as respostas que gostaria de ter dado estão a seguir com uma explicação de porquê eu daria estas respostas.
Espero contribuir com os leitores para que procurem não assediar alguém, antes de analisar se o mesmo gosta de jogar conversa fora ou contar vantagens, ou é um pessoa mais reservada que o único pecado foi comprar a melhor, a mais bonita, a mais poderosa e a mais sexy das motos, segundo a minha suspeitíssima opinião.
Selecionei alguma pérolas neste pouco mais de um ano que tenho a Z750 e acredito que vou continuar respondendo mais perguntas do gênero.

1. Você pega muitas mulheres com esta moto?
R. Não. Por causa desta moto, hoje conheço mais homens do mulheres. Estou pensando em vendê-la e comprar um carro conversível, pois dá a sensação de andar de moto e as mulheres reparam mais.
Explicação: Mulheres não gostam de motos; gostam homens ricos, jovens e bonitos, não necessariamente nesta ordem. Sou pobre, velho e feio, então, a moto não ajuda em nada. Homens gostam de motos, muitas vezes, mais do que das suas mulheres, namoradas ou noivas.

2. Quantos quilômetros por litro faz sua moto?
R. Não sei. Quando o mostrador começa a piscar, eu procuro um posto mais próximo, encho o tanque. Como não sou motoboy e nem mototaxista, não me preocupo muito com o consumo.
Explicação: Ninguém que compra uma moto de R$ 35.000,00 está preocupado com consumo. É como alguém fosse comprar um Rolls-Royce levando se em conta o seu consumo.

3. Ela corre muito?
R. Sim, mas eu não deixo. Ela é somente uma máquinas que precisa de um idiota para fazer idiotice.
Explicação: Motocicletas e carros não são perigosos. Perigosos são os motociclistas e motoristas irresponsáveis. Armas por si só, não matam... precisam de um imbecil puxando o gatilho e apontando para as vítimas azaradas. Velocidade é bom, mas tem o lado obscuro e fatal.

4. Você já caiu com ela?
R. Já. Umas 3 vezes. Nunca BATI com ela, aí vai ser uma única  vez, provavelmente.
Explicação:  quando paradas, as motos são traiçoeiras. Elas não ficam em pé sozinhas, precisam de descanso ou cavalete. Se faltar as pernas, pronto! Chão. Já vi gente cair de Biz.

5. Você acha de vale a pena comprar uma moto de R$ 35.000 reais só prá rodar nos finais-de-semana?
R. Lógico que não! Mas, que é ótimo, é.
Explicação: Sem explicação. Uma vez me falaram que para quem gosta de moto, não é preciso explicar porquê é bom andar de moto; pra quem não gosta de moto, não há palavras para explicar porquê é bom andar de moto.

6. Por quê os motociclistas, gostam de se reunir em bandos, gangues ou grupos?
R. Porque são compreendidos pelos iguais. Aí, podem falar m*rdas que ninguém vai censurá-los. Eu, por exemplo, criei um grupo: LOBOS SOLITÁRIOS. Por enquanto, sou o único integrante do grupo e pretendo que fique assim.
Explicação: É da natureza humana, reunir-se e se socializar com pessoas com mesma afinidade. Porém, há aqueles que por causa desta afinidade, acham que se tornaram amigos inseparáveis. Não é bem assim. Eu não gosto das conversas sobre alta velocidade, kit de aumento de potência, kit de embelezamento de moto, vestuários. Gosto de andar de moto, apreciar a paisagem, chegar em algum lugar sossegado e conhecer pessoas locais. Por isso, meu grupo é muito pequeno.



7. A manutenção da sua moto é muito cara?

R. Não, levando-se em conta que ela é capaz de me levar a 230 km/h (ou até mais).
Explicação: Pelo preço de um carro popular é possível andar como um caro carro esportivo, só que com uma fração de seu gasto. Não é bom economizar em pneus, óleo de motor, filtro de óleo e ar, velas, liquido refrigerante, quando sua vida está em jogo. Lembrando que motos não tem air bags e cintos de segurança. É bom, além de cuidar da manutenção da moto, andar bem equipado com capacete, jaqueta, calça grossa e calçados reforçados ou botas.



8. Por quê você têm três motos?

R. Porque motos não são como mulheres. É possível ter várias motos lado a lado sem brigas.
Explicação: Nem preciso explicar. Se tentar, vou me complicar.

9. E na chuva?
R. Me molho. Se saio na chuva, é pra me molhar. Se não quiser me molhar, espero a chuva passar...
Explicação: não entendo porquê as pessoas saem no meio de uma chuva intensa, mesmo sabendo que toda chuva passa, depois de algum tempo (minutos, horas). A desculpa é que tem compromisso que não pode esperar. Duvido... em geral, é pressa besta mesmo. Mas, é possível se proteger razoavelmente das chuvas quando se anda de moto. No meu caso, espero a chuva passar...



10. Você acha que devo comprar uma 150cc antes de comprar uma 750cc?

R. Acho que você deve comprar a melhor moto que seu dinheiro pode comprar. Se você tiver cabeça, vai andar direito tanto com uma Pop 100 como com uma Z14R. Se não, você pode morrer com uma 125cc mesmo!
Explicação: Toda moto moderna tem ótima ciclística, ou seja, quando começa a rolar é simples mantê-la em pé. O problema é quando se pára. Uma moto 150cc pesa bem menos que uma 600cc, mas nem por isso, as pessoas não caem de 150cc. Já vi gente despencando de Pop 100. Em geral, quem compra motos de média e alta cilindrada está a procura de alta velocidade. Mas, o mais importante é ao subir numa moto, verificar se seus dois pés ficam firmemente no chão, ou seja ao menos 1/3 da sola do pé. Nestas condições, a moto pode pesar 300 kg e vc vai poder controlar tranquilamente. Agora, tenha cabeça pra não sair por aí achando que por ter comprado uma 1.000 cc, a experiência de pilotá-la 100% vem junto com o manual de instruções. Em se tratando de pilotar moto, a teoria e prática estão separados por anos-luz.


11. Pode ligar para ouvir o ronco da sua moto?

R. Posso sim, mas hoje ela está um pouco desafinada.
Explicação: Há pessoas que escolhem o modelo de uma moto de mesma cilindrada pelo quesito "ronco do motor". Quando não satisfeitos, a primeira coisa que fazem quando compram a moto é remover o escapamento original e colocar um Akropovic de fibra de carbono. Em geral, querem que façam barulho alto para chamar atenção. Eu sou da opinião que uma moto foi projetada e melhorada com o decorrer dos anos por um grupo grande de engenheiros para chegar ao produto final. Uma mudança num quesito básico como o escapamento pode trazer consequências graves ao motor. Não vale a pena reduzir a vida útil de um motor só pra ter um "ronco" alto.


12. Qual que corre mais: a Hornet ou a sua?

R. Se eu tiver pilotando, as duas vão correr do mesmo jeito.
Explicação: Como sempre, as pessoas acham que é fácil se manter sobre uma moto a 230 km/h por 10 minutos. Significa percorrer 38,3 km sabe lá em que condição de rodovia. Então, vá devagar que terá "vida longa e próspera". Não é preciso andar a 100 km/h todo tempo, mas não precisa andar a 230 km/h o tempo todo.


13. Já ouviu falar em velas de irídio e filtro de ar K&N?

R. Já, mas você pode me explicar outra vez.
Explicação: Qual motociclista não conhece os macetes para conseguir uns HPs a mais? As velas de irídios são as coqueluches, pois segundo os entendidos, são velas que proporcionam uma queima melhor da mistura ar-gasolina e com isso aumenta-se a potência do motor. Ora, se fosse assim, qual fabricante não iria colocar simplesmente as velas de irídios para aumentar a potência dos seus motores ou colocar um filtro de ar K&N para ganhar mais outros tantos HPs. Não colocam porque simplesmente custam muito caros e não dão o tão sonhado aumento de potência. Talvez por proporcionar uma queima melhor de combustível, haja menos formação de incrustações nos pistões, mas isso não aumenta a potência do motor. Pelo fato do motor respirar mais fácil com o filtro K&N, dá a sensação de aumento de potência, quando na verdade está ocorrendo um consumo maior de combustível, pois a sonda lambda detecta mais ar e injeta mais combustível, mas não o suficiente para aumentar a potência em 10% ou 20%. Ou seja, minha moto passar de 108 para 119 cv ou 130 cv. Que maravilha, imagine um ganho deste gastando apenas 1.000 reais, ou até menos.

14. Quando você "já colocou" nesta moto?
R. O suficiente e continuar vivo.
Explicação: O fato de eu ter uma moto potente (108 cv) não quer dizer que sei tirar tudo dela e nem pretendo. Não ganho a vida correndo de moto. Ando nas ruas, avenidas e rodovias e não em circuito fechado. Então, não abuso da máquina. Vou dentro do meu limite de segurança no fluxo do tráfego. Mantenho a velocidade um pouco cima da velocidade de fluxo, o suficiente para não ser atropelado pelos carros.

15. O IPVA desta moto é cara, não?
R. Normal. Mas, se você não quiser pagar IPVA compre uma bicicleta.
Explicação: o IPVA é um imposto sobre veículos automotivos a partir de certa "cilindrada" e é calculado em cima do valor da nota fiscal, se for novo, ou sobre a tabela FIPE, se for usado. Obviamente que uma moto de 35.000 reais vai ter um IPVA mais caro do que uma POP 100. Agora, uma bicicleta não paga IPVA, pois o "motor" dela já paga imposto.

16. Sua moto é uma Kasinski de 2.750cc?
R. Sim, é. E é fabricada em Manaus, na Amazônia.
Explicação: Acho que dá pra confundir Kawasaki com Kasinski e Z750 com 2.750. Por isso, não corrigi, pois a pessoa que perguntou não sabia diferenciar moto de 2 cilindros de 4 cilindros. Vou sugerir mudar o nome da Kawasaki  para CAUASSAQUI. Assim as pessoas vão falar o nome correto e não "cavazaqui". O Z750 não tem como mudar pois não se fabrica mais. Mas, podia ser K750.

17. Sua moto tem 2 cilindros?
R. Sim e mais dois de reserva.
Explicação: Algumas pessoas não sabem que debaixo do capô de um carro tem um motor, um câmbio, uma bateria e um monte de coisas que faz o carro andar. Nem por isso, são infelizes ou péssimos motoristas. Então, se uma moto tem 2 ou 4 cilindros para algumas pessoas não faz diferença. O importante é que ela é bonita.

18. E quantos carburadores?
R. Nenhum. Mas, não se preocupe que isto são apenas detalhes.
Explicação: as perguntas (16), (17) e (18) foram feitas pela mesma pessoa em sequência. Hoje, somos bons amigos e me atende com muito carinho e respeito. Talvez eu tenha sido o único motociclista que não quis lhe ensinar coisas que não é preciso saber para ser feliz.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

SONHO VERDE DE UM CORINTHIANO
KAWASAKI Z750 ABS 2012

Embora esteja longe de ser um colecionador, tenho três motocicletas. Uma Bros 150, com quase 3 anos de uso, uma Next 250 com 8 meses de uso e uma Z750 ABS com pouco mais de 1 ano de uso.
Minha Bros em S.Jose do Riba,mar
Ilha de São Luis

A Bros comprei como um meio de fugir do trânsito caótico de onde moro (São Luís-MA). A Next comprei meio que por inércia pois fui sorteado no consórcio de uma, acreditem, Soft 50 da Kasinski. Mas, a história mais mirabolante é da Z750.
Todas elas, tem suas características que me fazem ficar com elas. A Bros é imbatível nas buraqueiras das ruas de São Luís. Sempre digo que faço "trilhas" de 2a. a 6a. feira. A Next é boa para cidade e pequenas viagens, por ser econômica e razoavelmente veloz nas rodovias, pois, mantém 120 km/h de cruzeiro podendo chegar a 155 km/h, se o vento ajudar! Além de ter custado 40% a menos que uma Honda CB 300, com a vantagem de ser refrigerada a água, ter 6 marchas e ter indicador de marchas no painel, mas perde em velocidade para CB 300.
Minha Next em S.Jose do Riba,mar
Ilha de São Luis

Mas, pegar uma rodovia com a Kawa é coisa de outro mundo! Toda vez que pego a estrada com ela, me sinto voando. Minha faixa de velocidade preferida é 140 a 160 km/h. Acima, o vento incomoda pois não tem carenagem. Já coloquei 230 km/h e não vou mentir: não é nada confortavel, porém bate aquela adrenalina que todos os motociclistas procuram. Dizem que passa dos 230 km/h, mas deixo isso para os especialistas. Por enquanto é meu limite superior.
Trouxe ela de Belém (PA), rodando 580 km até São Luis (MA). Fui pegar numa sexta-feira, andei uns 70 km até Castanhal (PA), próximo a Belém (PA) no sábado e no domingo toquei pra Cojupe (MA) um trajeto de 540 km onde peguei o ferry-boat até São Luís (MA), uma travessia de 1 hora e meia. Na estrada, vim respeitando o limite de 5.500 rpm (50% da rotação de torque máximo), o que significa que mantendo-se na faixa 120 a 130 km/h. O consumo ficou na faixa de 19 km/l o que permitiu fazer o trajeto com pouco menos de 2 tanques (capacidade 18,5 litros)

Trajeto Belém a Cojupe
A travessia de Cojupe a São Luís e feita em ferry-boat
Minha Z750 ainda no plástico

Voltando um pouco o filme, esta moto não foi minha primeira escolha. Por não ter concessionária Kawasaki em São Luís, tinha a opção de comprar uma Honda, Yamaha ou Suzuki, além de Kasinski ou Dafra. Da Honda, podia pagar por uma Hornet ABS. Da Yamaha, uma XJ6 N, pois não sou muito chegado a motos carenadas. Para mim, motor a mostra é tudo em uma motocicleta. Da Suzuki, nunca me via pilotando uma moto desta marca. Não sei explicar as razões... Se bem que hoje me pego namorando fotos de uma Gladius 650. Da Kasinski, uma GT 650 ou Mirage 650, mas naquele momento, queria uma tetracilíndrica, minha primeira tetracilíndrica. Já tinha tido uma CB 400 e foi um sonho andar com ela. Mas, uma tetracilindrica foram apenas algumas voltas aqui e ali nas motos de amigos.
Primeira volta - Belém a Castanhal

Então, entrei num consórcio da Honda para pegar uma Hornet com ABS na cor verde metálica. No primeiro mês, meu lance foi o segundo e não levei. No segundo mes, venci o lance e tratei de encomendar minha Hornet verde com ABS. Depois de 35 dias, nada... Daí, decidi pegar outra moto verde com ABS e fui até Belém (PA) pegar esta que está comigo a pouco mais de um ano, com 11.000 km rodados, já na 2a. revisão. Para a revisão de 6.000 km, eu peguei a estrada com 5.500 km rumo a Belém (PA). Paguei por ela um pouco mais que a Hornet (coisa de 1.500 reais) mas valeu a pena!
Já estou com a segunda roda traseira. A primeira durou 8.500 km, só pra ver como rodo devagar. Colegas meus com Hornet, Fireblade ou Ninja 1000 tem trocado de pneus a cada 3.000 ou 4.000 km. Os dianteiros duram um pouco mais, pelo menos o dobro de quilometragem.
Parada em Boa Vista do Gurupi (MA)
Cidade fronteriça MA/PA - 258 km de São Luís

Fiz até agora as três revisões programadas. Fiz a troca de óleo e filtro de óleo a 1.000 km. Com 6.000 km, foi feito a troca de 4 litros de óleo, mais o filtro de óleo.A última revisão, além do óleo e filtro, trocou-se o filtro de ar e 3 litros de liquido de refrigeração. De resto é só gasolina e graxa na corrente. Custos? Quando fui comprar esta moto, eu não estava comprando uma máquina e sim um sonho. Um sonho de menino. É caro manter este sonho, não nego, mas me recuso a abrir mão dele. Não dá pra abrir mão dos gastos e fazer economia com uma máquina capaz de nos levar a 230 km/h e ter folga para mais uns 20 km/h. Quem tiver dó da conta bancária, compre uma Pop 100. Tem duas rodas, tem motor, custa uns 4.000 reais e a manutenção custa uns 20 reais de óleo a cada 1.000 km, mas não passa dos 80 km/h, o que para muitas pessoas já é o bastante.
Chegando a São Luis via ferry-boat

Quanto ao consumo, vai depender da torcida do cabo. Meu normal, fica na faixa dos 18 km/l (140 a 160 km/h), mas já cheguei a fazer 14 km/l (180 a 200 km/h). Imagino que entre 200 a 220 km/l deva fazer 10 km/l! Por outro lado, já ouvi falar em 22 km/l, mas deve ser para quem não passa dos 100 km/h.
Uso esta moto para fazer viagem de 190 km (ida e volta) aos domingos pela manhã. Vou tomar o café da manhã em uma cidade próxima (Morros) e retorno antes do almoço. Normalmente, vou só e então faço meu caminho naquela faixa de velocidade confortável. Quando vou com amigos, em geral, a velocidade é maior, bem como a adrenalina. Minha namorada não me acompanha por não gostar de acordar cedo, ou por ela detestar a garupa desta moto que é desconfortável. Para o piloto, nota 10, como era de se esperar.

Chegando a São Luis via ferry-boat o terminal
de ferry-boat na Ponta da Madeira - São Luís

Por aqui, ainda não tem concessionária Kawasaki. Muitas promessas do pessoal de Belém (MA), mas não encontram um local para abrir a loja. Então, eles ficaram de voltar a cada 3 ou 4 meses para fazer as revisões nas motos que eles venderam aqui quando estiveram em exposição num shopping. Eu pego carona e faço revisão junto com este pessoal, mas o ideal é que aqui tivesse ao menos uma oficina autorizada, o que está em fase de negociação.
Um colega criou um canal no WhatApps (Kawasaki SLZ) para compartilhar as alegrias e tristezas de ter uma Kawasaki. A maioria são proprietários (uns 8) de Ninja 300, ótima bicilindrica que chega a 185 km/h na estrada. Conheço também um cara com Ninja 1000, um com Z800 e outro com Z750. Deve haver outros, mas é dificil encontrá-los.
Minha experiência é que o fato de ter uma concessionária na cidade ou não faz uma tremenda diferença para a maioria dos motociclistas de baixa cilindrada. Os de cilindrada maior, não ligam muito. Aqui tem gente com motos BMW, MV Agusta, Ducati, KTM e Harley-Davidson. Tem motos Gas-Gas e Sherco também, que são de baixa cilindrada, mas de valor bem acima das motos com concessionárias na cidade.
                 Primeiro dia em São Luis
No meu caso, embora seja um pobre lascado miserável, consegui comprar esta moto por meio de consórcio. Não me sinto exclusivo e não ligo pra estas coisas de grupos e irmandade só porque a minha moto é X ou Y, ou uma Z. Outro dia, discuti com uma pessoa que criticava as pessoas do grupo por não serem amigáveis e serem egoístas e com falta de humildade, e abandonou o grupo. Ora, o fato de eu ter uma moto verde não quer dizer que seja amigo de todos os usuários de moto verde. A única coisa em comum entre eu e ele é que ele tem uma moto fabricada pela mesma fabricante da minha e ele já queria ser meu amigo inseparável... acho meio forçado. Amizade é uma coisa que vai se fortalecendo com o tempo a partir de uma afinidade.
Sou corinthiano, não daqueles fanáticos capaz de agredir um outro torcedor de outro time, porém tenho uma moto verde, cor do time rival e nem por isso me sinto infeliz. Acho minha moto muito bonita na cor verde, meus "irmãos" corinthianos que me perdoem...